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Mediunidade Sem Medo

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  • 42. Posso realizar sessões mediúnicas na minha própria casa?

    Conforme destaca o benfeitor Miramez – através do livro Médiuns , psicografado por João Nunes Maia –, é mais simples enviar o homem ao espaço do que realizar uma comunicação segura entre os planos corpóreo e espiritual. Dito isto, entendemos o quão complexa é a comunicação entre os Espíritos e os homens, sendo necessária uma equipe numerosa de trabalhadores desencarnados para o bom êxito desse processo – comumente conhecido como psicofonia ou incorporação . É sempre bom ressaltar que o melhor local para o estudo e o desenvolvimento mediúnico é o centro espírita, e nunca a nossa própria residência. O Espírito André Luiz, por meio das obras psicografadas por Chico Xavier, traz a lume os bastidores do que ocorre nas diversas reuniões mediúnicas no interior das casas espíritas. Por exemplo, nos centros espiritistas que realizam trabalhos sérios e idôneos, antes mesmo da casa abrir para o público encarnado, os trabalhadores espirituais já se encontram em amplo processo de trabalho e preparação das atividades que serão realizadas no decorrer daquele dia. Tudo é muito organizado e composto com esmero e antecedência pelos instrutores espirituais, desde a equipe de segurança (que através das defesas magnéticas impedem a entrada de entidades que queiram perturbar a ordem); assim como os Espíritos que irão trabalhar no passe; a triagem das entidades que serão socorridas nas reuniões de desobsessão; a limpeza fluídica do salão; a instalação dos equipamentos espirituais que serão utilizados; dentre outros. REUNIÕES ESPÍRITAS NO AMBIENTE DOMÉSTICO? Assim como o hospital é o local mais indicado para a execução de quaisquer procedimentos cirúrgicos, tanto por sua assepsia, além de possuir uma equipe adestrada em situações de emergências e aparelhos próprios para cada ocorrência, o centro espírita é o local mais seguro e adequado para o intercâmbio espiritual, principalmente no tocante à desobsessão. Afinal, seria ilógico imaginarmos um enfermo dando preferência em receber, a título de exemplo, um transplante pulmonar na sala da sua residência doméstica, ao invés de um hospital moderno e preparado. E por quais motivos o médium acha prudente realizar sessões mediúnicas na intimidade da sua própria casa? Sendo assim, como alerta a prática da realização de reuniões mediúnicas no âmbito doméstico, destacamos as advertências proferidas por Miramez, através da obra acima citada: Ninguém deve transformar a sua casa em um centro espírita, ou qualquer espaço para reuniões de desobsessão. Uma sessão espírita endereçada ao alívio dos enfermos e à doutrinação dos Espíritos desequilibrados torna-se uma escola de reajustamento, e nem sempre os alunos aceitam de boa mente a conversação a que se expõe... Alguns deles, à primeira vista, revoltam-se, blasfemam, agridem, e sempre voltam aquele campo de trabalho, com todos os seus desajustes. E esse templo sendo um lar, recebe por vezes, visitas indesejadas e em horas que não condizem com o plano de disciplina orientado pela Doutrina. Todos são afetados pela presença dessas entidades. Há, de fato, alguns inconvenientes – como descritos acima – ao realizarmos reuniões mediúnicas no seio da nossa própria residência doméstica, principalmente no que se refere a prática da desobsessão. Como bem observamos, os trabalhos realizados nas casas espíritas são cuidadosamente preparados pela equipe espiritual, oferecendo suporte adequado para as atividades que serão executadas, em especial, na assistência aos médiuns trabalhadores. É justo dizermos que, quando o médium entra em contato com Espíritos sofredores e obsessores, há nesse intercâmbio uma troca energética (de ambas as partes), tanto do médium para o Espírito, como do Espírito para o médium. O médium, por vezes, quando bem equilibrado, emana para a entidade em atendimento fluidos calmantes e reconfortantes... Por outro lado, recebe e assimila do Espírito os seus fluidos em desajuste, registrando em seu organismo físico e mental toda a desarmonia oriunda dessa comunhão com a entidade sofredora/obsessora. Durante todas as comunicações mediúnicas ocorridas no centro espírita, veremos a equipe espiritual – responsável pelos trabalhos em andamento – atenta para que o médium não venha a sofrer nenhum desgaste ou prejuízo no seu psiquismo, abalando sua estrutura orgânica ou cerebral... São esses trabalhadores desencarnados, coordenadores das atividades no plano espiritual que, juntamente com os mentores de cada médium, se responsabilizam pelas comunicações ocorridas nas reuniões espiritistas para que o médium realize o seu trabalho sem maiores prejuízos. Eles filtram, dosam e controlam a potência , se assim podemos chamar, dos fluidos emanados, para que não ocorra uma sobrecarga energética no organismo físico, mental e espiritual do médium, evitando que ele tenha sua estrutura psicossomática comprometida. O QUE DIZ ANDRÉ LUIZ? Ratificando a nossa linha de raciocínio, o autor espiritual André Luiz, no capítulo primeiro da obra Missionários da Luz , pela psicografia de Chico de Xavier, destaca que o médium é um maquinismo demasiadamente delicado , não sendo um simples aparelho utilizado pelos Espíritos na execução das comunicações mediúnicas... Afirma ainda que, antes mesmo da execução prática das tarefas medianímicas, o médium já recebe o auxílio antecipado dos amigos espirituais para que ele não venha a ter a sua saúde física comprometida. Esse acompanhamento da equipe espiritual também ocorre durante todo o andamento da comunicação mediúnica, bem como, após o seu término. Vejamos o quanto é delicado o intercâmbio com o mundo dos espíritos e o quanto o médium disposto a servir na seara do Cristo é amplamente ajudado. Realmente, como bem destacou o instrutor Miramez, a complexidade para o homem chegar ao espaço com seus foguetes e maquinários é bem menor do que uma simples comunicação entre o médium e um Espírito. PROTEÇÃO ESPIRITUAL A proteção espiritual – certamente – existe no dia a dia do medianeiro do bem, porém, todas as vezes que o médium foge a lei natural da vida, passa a sofrer as consequências das suas próprias atitudes e invigilância. Isso é permitido pela espiritualidade superior para que o aprendizado do médium seja mais concreto e, consequentemente, não volte a repetir os mesmos erros. O médium de Pedro Leopoldo, Chico Xavier, sempre descrevia os conselhos de Emmanuel – seu mentor espiritual –, sendo um dos mais conhecidos: disciplina, disciplina, disciplina. Em O Livro dos Médiuns  encontraremos algumas menções a medianimidade da psicografia, sendo descrita por Kardec como uma das mais simples e fáceis de exercitar, podendo até mesmo ser realizada no ambiente doméstico, na intimidade do lar. Contudo, Allan Kardec, sob a supervisão dos Espíritos superiores, não deixou de nos instruir com relação aos perigos que esse exercício pode oferecer, caso realizado de forma trivial, curiosa, comercial ou banal. Para maior aprofundamento a este respeito, recomendamos a leitura do capítulo XVII da referida obra. No processo histórico do espiritismo no Brasil, em especial, quando havia uma perseguição por parte das autoridades policiais e judiciárias diante da expansão do espiritismo em solo brasileiro, assim como, a quantidade limitada de centros espíritas na época, muitos eram os companheiros espiritistas que realizavam sessões familiares em sua própria residência, destinando um ambiente do lar doméstico – geralmente isolado – para essa prática. Na atualidade, sem mais a perseguição das autoridades competentes e com o crescimento do número de centros espíritas espalhados por todo o Brasil (e em boa parte do mundo), não vemos mais necessidades do uso das próprias residências para essa finalidade. Com a estruturação das atividades espiritistas no Brasil, sua organização e o surgimento das obras tidas como complementares, como as de Chico Xavier e outros, compreendemos que o exercício da mediunidade tem dia, lugar e horas adequadas para tal mister, não sendo mais o ambiente doméstico o referencial para esse labor, por mais bem intencionados que os trabalhadores ali presentes possam ser. Por fim, nossas ponderações acima descritas não visam impor medo ou temor ao medianeiro, muito menos destacar o que cada um deve ou pode fazer referente a sua mediunidade. Nossa dissertação é apenas um ponto – dentre muitos – a ser analisado pelo estudante da mediunidade, ficando a cargo de cada consciência a parte que lhe cabe como trabalhador espírita, isto é, a vigilância, a prudência, o bom senso e o discernimento diante daquilo que se busca empreender. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 4: O Médium e a Casa Espírita Pergunta 42: Posso realizar sessões mediúnicas na minha própria casa? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAIA , João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 2017. XAVIER , Francisco Cândido. Missionários da Luz. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.

  • 55. Por que a mediunidade não é um privilégio dos homens de bem?

    No artigo intitulado Escolhos do Médium — edição de fevereiro de 1859 da Revista Espírita — , Kardec afirma que, à primeira vista, a mediunidade parece um dom tão precioso que não deveria ser partilhado senão por almas extremamente elevadas. Entretanto, a experiência prova o contrário, pois encontramos mediunidade potente em criaturas cuja moral deixa muito a desejar, enquanto outras, estimáveis sob todos os aspectos, não a possuem. Buscando nos elucidar quanto ao uso correto da mediunidade, o mestre lionês, com profundidade e sabedoria, trata dessa temática em diversas passagens de suas obras. Em O que é o Espiritismo , o codificador afirma que a mediunidade é um dom de Deus (como todas as outras faculdades) , que se pode empregar tanto para o bem quanto para o mal, e da qual se pode abusar. Seu fim é pôr-nos em relação direta com as almas daqueles que viveram, a fim de recebermos ensinamentos e iniciações da vida futura. Aquele que dela se utiliza para o seu adiantamento e o de seus irmãos — prossegue Allan Kardec — , desempenha uma verdadeira missão e será recompensado. O que abusa e a emprega em coisas fúteis ou para satisfazer interesses materiais, desvia-a do seu fim providencial, e, tarde ou cedo, será punido, como todo homem que faça mau uso de uma faculdade qualquer. No capítulo XXIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo , Kardec retorna a este tópico ao destacar: “Deus outorgou faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas não deixa de punir o que delas abusa. Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de se comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la? [...] A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. ” POR QUE A MEDIUNIDADE NÃO É UM PRIVILÉGIO DOS HOMENS DE BEM? Na segunda parte de O Livro dos Médiuns (cap. XX), Kardec pergunta aos Espíritos: — Sempre se disse que a mediunidade é uma graça, um dom de Deus, um favor. Por que, então, não é privilégio dos homens de bem, e por que se veem pessoas indignas que são dotadas em alto grau e que as desperdiçam? Diante dessa indagação, os Espíritos superiores respondem que todas as faculdades são favores dos quais devemos dar graças a Deus, pois há homens que delas são privados. Poderiam perguntar porque Deus dá uma boa vista a malfeitores, agilidade aos gatunos, eloquência àqueles que dela se servem para dizer coisas más. A mesma coisa com a mediunidade: pessoas indignas são dotadas, porque têm mais necessidade que as outras para se aperfeiçoarem; pensam que Deus recusa meios de salvação aos culpados? Ele os multiplica sob seus passos. Ele os coloca nas mãos, cabe a eles aproveitar. Logo, a mediunidade não depende da qualidade moral do seu portador. Ela se manifesta em diversos meios, independente de moralidade ou qualquer outro atributo. Sendo assim, a mediunidade pode eclodir de forma ostensiva em pessoas desprovidas de uma moral elevada, assim como, pode surgir sutilmente e/ou quase nulamente em pessoas com elevados valores ético-morais. Convém lembrar que o fato da mediunidade se apresentar de modo ostensivo em inúmeras pessoas, não significa necessariamente que estes indivíduos sejam almas nobres e de grande envergadura, missionários com grandes feitos a realizar. Da mesma forma, quando surge sutil, sem grandes embaraços, não significa que o seu portador não tenha um objetivo a desenvolver. MISERICÓRDIA DIVINA O autor espiritual Manoel Philomeno de Miranda, em Mediunidade: Desafios e Bênçãos , pela psicografia de Divaldo Franco, destaca que os indivíduos maus, orgulhosos e corrompidos apresentam-se, portanto, com faculdades ostensivas por misericórdia do amor, a fim de que sejam, eles mesmos, os instrumentos das advertências e orientações de que necessitam para uma existência de retidão e de equilíbrio, com alto discernimento e respeito dos objetivos da caminhada terrestre. Texto extraído do livro   Mediunidade com Kardec   de  Patrick Lima . Capítulo 6: Aspectos Morais da Mediunidade Pergunta 55: Por que a mediunidade não é um privilégio dos homens de bem? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos – fevereiro de 1859. Tradução de Julio Abreu Filho. Edicel Editora; 4ª edição, março de 2020. KARDEC , Allan. O que é o Espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. FEB Editora, 2016. KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 21ª edição. Editora Boa Nova, 2017. KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004. FRANCO , Divaldo Pereira (psicografia). Mediunidade: Desafios e Bênçãos. Manoel Philomeno De Miranda (espírito). Editora LEAL, 2019.

  • 54. O médium espírita pode cobrar ou obter ganhos financeiros por meio da mediunidade?

    Eternizado pelo apóstolo Mateus, o dai de graça o que de graça recebestes é uma das principais orientações morais descritas no evangelho de Jesus. (Mateus 10:8) Todo aquele que, atentamente, examina a vida e os ensinamentos do Mestre Nazareno encontra uma orientação segura quanto à gratuidade da mediunidade. Afinal, qual era o valor que Jesus cobrava para curar ou ajudar os que lhe procuravam? Como bem sabemos, o Cristo nunca cobrou por seus atendimentos ou jamais esperou receber algo em troca. Por conseguinte, Allan Kardec, sob a supervisão dos Espíritos superiores – dentre eles o Espírito da Verdade, Jesus Cristo – , nos elucida sobre a gratuidade da mediunidade em diversos momentos da codificação. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec destaca que os médiuns atuais – pois que também os apóstolos tinham mediunidade – igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Dando continuidade, o codificador ressalta que Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo. A MEDIUNIDADE PODE SER CONSIDERADA UMA PROFISSÃO? Ainda na referida obra, Kardec nos convida a meditar um pouco mais sobre essa temática ao indagar que a mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão , não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Segundo o codificador, na obra em destaque, a mediunidade representaria para quem a explora uma fonte de renda extremamente instável, que pode desaparecer no momento mais crítico. Em contraste, o talento desenvolvido por meio do estudo e trabalho é uma propriedade real e legítima do indivíduo, que pode usá-lo conforme desejar. A mediunidade, no entanto, não é uma arte nem um talento, e por isso, não pode ser considerada uma ocupação profissional regular. Kardec volta ao falar desse assunto, dessa vez em O que é o Espiritismo, afirmando que seria um erro compararmos a mediunidade a uma propriedade do talento. Para o codificador, o talento adquire-se pelo trabalho, quem o possui é sempre dele senhor; ao passo que o médium nunca o é de sua faculdade, pois que ela depende de vontade estranha. Essa vontade na qual Kardec faz referência tem relação direta com a colaboração dos Espíritos. De acordo com o filho de Lyon, a mediunidade não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguintemente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. (O Evangelho Segundo o Espiritismo) MEDIUNIDADE GRATUITA Os médiuns verdadeiramente sérios e devotados, de acordo com Kardec, quando não possuem uma existência independente, procuram recursos no trabalho ordinário e não abandonam suas profissões; eles não consagram à mediunidade senão o tempo que lhe podem dar, sem prejuízo de outras ocupações; empregando parte do tempo destinado aos divertimentos e repouso, nesse trabalho mais útil, eles se mostram devotados, tornam-se apreciados e respeitados. (O que é o Espiritismo) Portanto, cabe ao medianeiro buscar seu sustento através dos talentos que dispõe e nunca fazendo da mediunidade o seu ganha-pão diário. Em outros termos, o médium não deve fazer do seu mediunismo uma profissão para obter lucros financeiros ou no intuito de garantir ou esperar quaisquer vantagens (presentes, favores, fama, reconhecimento, gratidão, etc). Por fim, em O Evangelho Segundo o Espiritismo , Kardec conclui o seu raciocínio ao nos advertir: Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam. Em suma, a mediunidade não é uma profissão e, dessa forma, por ser algo que não nos pertence de fato, deve ser sempre gratuita e de ordem coletiva. Sendo assim, não existe a profissão médium, e os que exercem essa atividade – abusando e explorando os que lhes procuram – em troca de dinheiro, favores ou reconhecimento, ou são charlatões/enganadores ou não conhecem as leis divinas e o Evangelho de Jesus. PAGUEI POR DETERMINADO "SERVIÇO" MEDIÚNICO Sabemos ainda que os Espíritos superiores naturalmente se afastam dos médiuns que desviam a mediunidade da sua verdadeira finalidade, ficando o medianeiro, muitas vezes, assistido por entidades inferiores, que se comprazem no mal, na ganância, na exploração e na enganação. ( vide questão 18 ) Os médiuns que utilizam os serviços  dessas entidades (popularmente conhecidas no meio espiritualista como kiumbas ) para trabalhos variados, tais como a leitura da sorte, amarrações, adivinhações, aberturas de caminhos e similares, desde a presente encarnação, já sofrem o baque originário da comunhão desditosa com esses Espíritos inferiores, sendo o seu padecimento prolongando e intensificando após o desencarne. Ao desencarnarem, passam a ser perseguidos, escravizados, vampirizados e subjugados por esses mesmos Espíritos que outrora lhes serviam. Aos que procuram por tais assistências: a partir do momento em que alguém busca esse tipo de serviço ou auxílio , um processo obsessivo começa a ser desencadeado paulatinamente. Ao entrar nesses espaços, o cliente – que não mede as consequências para atingir o objetivo proposto – passa a ter como companhias invisíveis, Espíritos da mais baixa estirpe. Estes, por sua vez, o acompanham de retorno à sua casa e passam a lhe sugerir ou intuir os mais diversos tipos de pensamento, causando-lhe inúmeras perturbações e infortúnios. Geralmente, preso a esses tipos de inquietações e pensamentos em desequilíbrio, o sujeito retorna ao local onde o trabalho foi realizado, para uma nova consulta. Quase sempre, o fim desses consulentes é o mesmo dos médiuns que os atenderam, conforme descrevemos acima. Eis o real salário  que essas entidades inferiores cobram para ajudar os medianeiros imprudentes a realizarem suas práticas mediúnicas pautadas na cobiça, ganância, cupidez ou qualquer tipo de maldade, assim como, daqueles que buscam por seus serviços . MERCANTILIZAÇÃO CAMUFLADA O autor espírita Hermínio C. Miranda, em Diversidade dos Carismas , destaca que mil e um artifícios são inventados para justificar a cobrança dos 'serviços' sem que pareça ostensivamente estarem pondo em prática uma 'feira de milagres'. Pode ser sob forma de donativos 'espontâneos' ao grupo, ao médium ou aos dirigentes, ou presentes materiais, testemunhos de reconhecimento, traduzidos em alguma forma concreta, material, e outros artifícios sutis ou mesmo não tão sutis.”   Dando continuidade ao seu pensamento, ainda na referida obra, Hermínio de Miranda conclui que mesmo que o grupo não enverede, porém, pela mercantilização aberta ou camuflada , muitas vezes permite, e até estimula, o endeusamento do médium, que assume a condição de verdadeiro e infalível guru, adota posturas teatrais e começa a vestir-se de maneira diferente, estapafúrdia, ornado de adereços, símbolos secretos e talismãs misteriosos. Isso nada tem a ver com as práticas recomendadas pela doutrina espírita. Trata-se de exercício inadequado da mediunidade.   De forma concisa, a mediunidade não é um obstáculo à vida normal, nem deve ser usada para obter vantagens financeiras ou notoriedade, sob o falso pretexto de compensar o tempo dedicado ao trabalho mediúnico. Texto extraído do livro   Mediunidade com Kardec   de  Patrick Lima . Capítulo 6: Aspectos Morais da Mediunidade Pergunta 54: O médium espírita pode cobrar ou obter ganhos financeiros por meio da mediunidade? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BÍBLIA DE JERUSALÉM . Mateus 10:8. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 21ª edição. Editora Boa Nova, 2017. KARDEC , Allan. O que é o Espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. FEB Editora, 2016. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

  • 03. O que é médium?

    A palavra médium tem sua origem do latim medium e significa meio, centro, intermediário. Em O Livro dos Médiuns , Allan Kardec utiliza-se deste neologismo (emprego de palavras novas) para definir como médium: – Todo aquele que sente num grau qualquer a influência dos Espíritos; – Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens. Através da inspiração, pela sugestão de pensamentos, todo homem sente em um determinado grau a influência dos Espíritos, sendo raros os que não possuem essa sensibilidade. Mesmo que não perceba, o homem acaba sendo influenciado em seus pensamentos pela ação dos Espíritos, sejam eles bons ou não; portanto, todos somos médiuns em um determinado grau. Kardec nos deixa a prova disso em O Livro dos Espíritos ao perguntar na questão 459 da referida obra: Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Eis a resposta dos Espíritos: – Mais do que imaginais, pois com bastante frequência são eles que vos dirigem. Na Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos – fevereiro de 1859 , o codificador da doutrina espírita delimita o uso da palavra médium ao dizer: “o vocábulo tem uma acepção mais restrita e geralmente se diz médium as pessoas dotadas de um poder mediatriz muito grande, tanto para produzir efeitos físicos como para transmitir o pensamento dos Espíritos pela escrita ou pela palavra." Sabendo que a mediunidade é – uma faculdade extrassensorial – inerente ao homem, não constituindo, portanto, um privilégio exclusivo, Kardec passou a chamar de médium somente aqueles em quem essa faculdade se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes (claros e visíveis), de certa intensidade; conhecida como mediunidade ostensiva. MÉDIUM x SENSITIVO Em Segurança Mediúnica , o Espírito Miramez – através da psicografia de João Nunes Maia – nos diz que a “mediunidade é um estado natural da criatura, um dom, um fruto maduro. O sensitivo é um fruto verde a caminho da maturidade.” Sendo assim, damos o nome de sensitivo a todo aquele que genericamente registra a influência dos Espíritos; e de médium (propriamente dito) ao portador dessa faculdade ostensiva. Os médiuns de diversas modalidades, tais como os escreventes, falantes e videntes, são exemplos de médiuns ostensivos. De acordo com o autor e pesquisador espírita Hermínio C. Miranda, em Diversidade dos Carismas , “ o médium é aquele que consegue vencer o obstáculo natural dos condicionamentos orgânicos e das limitações dos sentidos comuns para perceber ou exteriorizar fenômenos que passariam despercebidos à maioria das pessoas”. Logo, o médium é o instrumento pelo qual os Espíritos se comunicam. Dotado de certa aptidão, o medianeiro é capaz de perceber, captar, registrar e retransmitir pensamentos extracorpóreos. CUIDADOS BÁSICOS DIANTE DA MEDIUNIDADE Cuidados básicos que o medianeiro precisa ter perante a sua faculdade: Seriedade; equilíbrio mental; vida mental ativa (leituras edificantes, meditação); comportamento mental saudável; sentimentos de solidariedade e compaixão para com todos. SIMILARIDADE VIBRATÓRIA O mundo físico, como muitos teóricos costumam mencionar, é uma cópia imperfeita do mundo espiritual. Já o mundo dos Espíritos é o nosso verdadeiro lar, de onde tudo se origina e para onde retornamos ao cerrar dos olhos. Como a própria literatura espírita nos traz, tanto o mundo físico como o espiritual são partes de uma única realidade que se apresenta sob dois aspectos. Em outras palavras, o mundo físico é originário do mundo espiritual, no qual condensa-se (se assim podemos chamar), permitindo-nos a morada. Dessa forma, ambos os planos – espiritual e físico – possuem vibrações semelhantes (não são idênticas), exercendo influência direta um sob o outro. Essa similaridade vibratória entre ambos os planos, aliado a predisposição orgânica do medianeiro, são fatores que contribuem para o intercâmbio entre os dois lados da vida. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 03: O que é médium? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004. KARDEC , Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014. KARDEC , Allan. Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos – fevereiro de 1859. Tradução de Julio Abreu Filho. Edicel Editora; 4ª edição, março de 2020. MAIA , João Nunes (psicografia). Segurança Mediúnica. Miramez (espírito). Fonte Viva, 2ª edição, março de 2015. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

  • 04. O que é mediunidade?

    Se os médiuns são os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos, a mediunidade é a faculdade psíquica que os médiuns possuem – de modo mais ou menos ostensivo – para se comunicarem com o plano espiritual. A mediunidade é uma conquista evolutiva do Espírito, cujos objetivos são: – Revelar e comprovar a imortalidade da alma através do intercâmbio entre os dois planos; – Trazer conhecimentos da vida no mundo espiritual; – Informar sobre as implicações do comportamento moral do indivíduo perante a vida, ao próximo e a si mesmo; – Permitir que o seu portador (médium) encontre e trabalhe em prol da sua autoiluminação, desde que a direcione para o bem, em nome da caridade, da gratuidade e ajuda ao próximo (encarnados e desencarnados). A mediunidade, quando bem direcionada, é uma ferramenta valiosa para o nosso aprimoramento. O mediunismo – independentemente do grau de ostensividade – é uma ferramenta de serviço nobilitante (nobre, honrado, digno), que permite ao medianeiro trabalhar em favor do seu crescimento interior. Para isto, o seu portador não deve esquecer-se da reforma íntima e moral, com hábitos e pensamentos salutares, vivendo de forma reta e amorosa, apresentando uma conduta pautada e dedicada ao postulado do bem e da solidariedade. MEDIUNIDADE COM JESUS A mediunidade com Jesus, em particular a praticada pela Doutrina Espírita, não tem nenhuma relação com episódios de adivinhações, amarrações amorosas, desmanche de casamentos, cobranças de quaisquer espécies de valores (favores, trocas, compensações), rituais, oferendas, abate de animais ou trabalhos que ajudem ao consulente ganhar dinheiro, heranças, etc. Uma das maiores alegrias do médium é descobrir-se como instrumento de amor e caridade na seara de Jesus, podendo contribuir e ajudar ao próximo de infinitas maneiras, e descobrindo em si a satisfação de ajudar, de servir pelo prazer de ser útil no labor divino. A mediunidade é uma faculdade que possibilita ao seu portador desenvolver-se tanto intelectual como moralmente, além de ser um ensejo para a sua autorrecuperação e reequilíbrio, na medida em que ingressa dignamente e de forma abnegada ao ministério de amparo, amor e caridade para com todos. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 04: O que é mediunidade? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.

  • 05. A mediunidade foi criada pelo Espiritismo?

    O termo espiritismo foi criado por Allan Kardec e só veio a lume (tornando-se conhecido) em 18 de abril de 1857, com o lançamento da primeira edição de O Livro dos Espíritos . O codificador da doutrina espírita também foi o responsável por observar e estudar o fenômeno mediúnico. Através desse estudo, Kardec deixou em seu legado a obra mais completa acerca da mediunidade, intitulada O Livro dos Médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores (1861), o que nos permitiu um contato mais seguro, profundo, coerente, proveitoso e lógico com o mundo espiritual. A importância da obra de Kardec em relação à mediunidade é tão grandiosa, que muitos – erroneamente – chegam a acreditar que a mediunidade apenas surgiu com o advento do espiritismo. Em O Livro dos Médiuns (cap. XXXI), Kardec diz que o dom da mediunidade é tão antigo quanto o mundo. Os profetas eram médiuns. Os mistérios de Elêusis se fundavam na mediunidade. Os Caldeus, os Assírios tinham médiuns. Sócrates era dirigido por um Espírito que lhe inspirava os admiráveis princípios da sua filosofia; ele lhe ouvia a voz. Todos os povos tiveram seus médiuns e as inspirações de Joana d’Arc não eram mais do que vozes de Espíritos benfazejos que a dirigiam. De acordo com o autor espiritual André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos , pela psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, a mediunidade acompanha o homem desde os seus primeiros passos sob a humanidade; a intuição foi o sistema inicial de intercâmbio entre os planos físico e espiritual, evoluindo para o desdobramento (libertação parcial do perispírito através do sono), até chegar às manifestações ostensivas dos dias atuais. Conforme nos esclarece o instrutor Aulus, por meio do livro Nos Domínios da Mediunidade (André Luiz/Chico Xavier), o fenômeno mediúnico não é novo. Nova é tão somente a forma de mobilização dele. Já Manoel Philomeno de Miranda, na obra Mediunidade: Desafios e Bênçãos , pela psicografia de Divaldo Franco, nos diz que na raiz de quase todos os acontecimentos históricos encontramos a inspiração das mentes desencarnadas interferindo nos comportamentos humanos de maneira eficiente e vigorosa. MEDIUNIDADE NA BÍBLIA Dessa forma, podemos entender que a história da humanidade está repleta de fenômenos e manifestações mediúnicas. Na bíblia encontramos diversas passagens decorrentes da mediunidade, tais como: - a mão misteriosa que apareceu e escreveu durante o banquete do rei Baltazar; - a consulta mediúnica que o rei Saul dirigiu ao espírito do profeta Samuel; - a anunciação do nascimento de Jesus, onde Maria, sua mãe, recebe a visita do anjo Gabriel; - a transfiguração de Jesus diante dos apóstolos Pedro, Tiago e João (todos os doze apóstolos eram médiuns), além da materialização de Moisés e Elias; - a libertação de Pedro por meio de um anjo; - a conversão de Saulo no caminho de Damasco; - as visões do apóstolo João acerca do apocalipse, etc. Temos ainda a mediunidade extraordinária do profeta Moisés, que permitiu ao mensageiro divino realizar grandes feitos, sendo o mais importante o recebimento dos dez mandamentos, que até hoje inspiram e servem de base de toda a justiça do mundo. Vale frisar que nas biografias autorizadas pela própria Igreja Católica também há relatos de fenômenos mediúnicos nos chamados santos, dentre os quais destacamos: Santa Luzia (?-303) – Médium vidente, de cura e de premonição. Tinha visões dos Espíritos de Santa Ágata e de outras entidades espirituais. Com o auxilio dessas entidades, realizou diversas curas em Catânia. Certa vez, perseguida pelo imperador Diocleciano, para que se convertesse ao paganismo, teve seu corpo jogado ao fogo, mas nada lhe ocorreu, parecendo imune às chamas; retirada do fogo, o imperador mandou então que lhe arrancassem os olhos, e ao recebê-los em um prato, percebeu que no rosto de Luzia haviam brotados outros olhos mais lindos e perfeitos que os anteriores. Santa Brígida (1302-1373) – Dentre as suas mediunidades, destacamos a vidência, clarividência, psicofonia, xenoglossia e a psicografia. Através da sua mediunidade, apresentou inúmeras mensagens dos Espíritos desencarnados para os seus familiares. Suas visões mediúnicas foram registradas na obra O Livro das Revelações . Santa Brígida, perante as autoridades do clero a sua época, assumia de forma clara e direta, que era porta-voz dos Espíritos. Santa Teresa D´Ávila (1515-1582) – Médium vidente e audiente. Sobre suas visões, dizia que era possível ver sem os olhos do corpo . Como sabemos, o médium enxerga os Espíritos através da alma e não pelos olhos físicos, o que lhe permite enxergar tanto de olhos abertos, como fechados. Dentre os Espíritos que costumava enxergar, destacam-se os nomes de Antônio de Pádua, Frei Pedro de Alcântara, Jesus e São Francisco de Assis. Em suas histórias de vida, também encontramos a mediunidade presente nas figuras de Dom Bosco, Santa Clara, Teresa Neumann, Santa Margarida Maria Alacoque, São Francisco de Assis, São Vicente de Paulo, São Pedro de Alcântara, Santa Joana D´Arc , Sto. Antônio de Pádua (de Lisboa) e Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux). Em síntese, podemos perceber que o intercâmbio com o mundo espiritual sempre existiu, sendo constante no decorrer da história da humanidade. É quase impossível imaginar que o orbe terrestre tenha evoluído sem a influência dos emissários celestes. Assim como o planeta e os seus habitantes, a mediunidade também vem evoluindo no decorrer do tempo, passando do seu uso primitivo (mediunidade tribal, fetichismo, oráculos e iniciados), até os dias atuais, onde já temos ciência (após a publicação de O Livros dos Médiuns ) das leis que regem a mediunidade. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 05: A mediunidade foi criada pelo Espiritismo? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014. KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns (cap. XXXI). Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004. XAVIER , Francisco Cândido; VIEIRA , Waldo (psicografia). Evolução em Dois Mundos. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. XAVIER , Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. FRANCO , Divaldo (psicografia). Mediunidade: Desafios e Bênçãos. Manoel Philomeno de Miranda (espírito). Editora LEAL, 2019. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Daniel 5:1-8. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Samuel 28:1-25. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Lucas 1:26-38. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Mateus 17:1-9. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Atos 12:1-24. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Atos 9:1-18. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Apocalipse 1:9-20. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Êxodo 20:1–22. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

  • 06. Todos os espíritas são médiuns ostensivos? Todo médium é espírita?

    Diversas pessoas ao ouvirem a palavra mediunidade, quase que instantaneamente a associam com a doutrina espírita. Talvez por isso, muitos acreditam que a mediunidade tenha sido criada por Allan Kardec, e consequentemente, pelo Espiritismo. Pelo contrário, a mediunidade sempre esteve presente em nossa humanidade, manifestando-se em todas as crenças religiosas e doutrinárias, sem distinção de etnia e classe social, de moralidade ou intelecto. Evidentemente há médiuns na doutrina espírita, bem como na umbanda e no candomblé, na religião do santo daime, na igreja católica e evangélica, no templo budista e até entre os ateus. Isso não significa que todos os participantes desses segmentos sejam médiuns ostensivos. No entanto, encontraremos entre os adeptos de cada uma dessas vertentes – sejam elas, religiosas, filosóficas, doutrinárias, entre outras –, médiuns ostensivos. É certo que muitos médiuns ao perceberem os primeiros indícios de um aflorar mediúnico, procuram as casas espiritistas em busca de ajuda e após certo período – ao encontrarem o consolo das suas aflições – passam a professar os ideais espíritas. Muitos desses recém-chegados são provenientes de outras crenças religiosas, como o catolicismo e o protestantismo. Por vezes, a mediunidade já se manifestava em suas vidas, porém era conhecida por nomes diversos, como os dons do Espírito Santo e outros. Qualquer que seja a denominação utilizada para expressar ou definir as manifestações extracorpóreas, o que queremos dizer é que nem todo médium é partidário do Espiritismo, assim como nem todo adepto da doutrina Espírita é médium. Ou seja, ninguém se torna médium apenas por ingressar ou simpatizar com a doutrina espírita, assim como ninguém se consagra padre ou ministro de eucaristia apenas por ir à missa ou rezar o terço. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 06: Todos os espíritas são médiuns ostensivos? Todo médium é espírita? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.

  • 07. A mediunidade é considerada como um dom ou um castigo?

    A mediunidade é uma faculdade neutra, sendo o seu detentor, responsável direto pelo bom ou mau uso que dela venha a fazer. Para muitos, a mediunidade pode ser uma benção, uma ponte que se estende ao seu desenvolvimento moral e intelectual; para outros, a mediunidade é um sofrimento, um martírio. Em ambos os casos, a mediunidade é uma ferramenta que auxilia o progresso do seu usufrutuário e consequentemente, do planeta, da humanidade. Para Emmanuel¹, mentor espiritual de Chico Xavier, os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. Dando continuidade, escreve Emmanuel: “O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos. Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude.” E conclui dizendo que os médiuns “são almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia.” Portanto, os medianeiros, em sua maioria, não são seres aureolados ou altamente evoluídos e distintos, mas criaturas renitentes no erro, na dor e nas quedas de suas próprias ações. MEDIUNATO Por outro lado, há médiuns – que através de um longo caminho de trabalho e dedicação ao bem, além dos sacrifícios a que se consagraram – portadores de um mandato mediúnico (mediunato), isto é, uma reencarnação cuja mediunidade tem como missão um projeto mais amplo de auxílio e dedicação ao próximo. Como exemplo dessa mediunidade missionária, trazemos à lembrança a figura do saudoso Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier). Longe dos holofotes, trabalhando no anonimato, também há médiuns missionários, cuja responsabilidade é proporcional ao fardo que a sua evolução condiz. Sendo assim, cada médium tem um trabalho a cumprir e a desenvolver, independentemente da função, proporção ou local no qual a Divindade o designou. Para enfatizar, gostaríamos de trazer a lume as palavras do benfeitor Miramez no livro Segurança Mediúnica : “O dom mediúnico é um tesouro que não foi achado por acaso nos escaninhos da alma, mas conquistado, passo a passo, nos duros processos da evolução do Espírito, onde as mãos de Deus semearam os princípios vivos do amor.” MEDIUNIDADE NÃO É PRIVILÉGIO A mediunidade é um dom de Deus que nos é concedido com o objetivo de auxiliar o nosso progresso; é uma dádiva para quem sente em seu coração o desejo de se melhorar e de ajudar o próximo. Compartilhando desse pensamento, em Diversidade dos Carismas , o autor Hermínio de Miranda diz que a “mediunidade não é privilégio concedido a alguns e negado a outros para que aqueles possam projetar-se e estes não. As faculdades são distribuídas segundo um programa de ação previamente acertado como instrumento de trabalho para ajudar o processo evolutivo do próprio médium e dos seres aos quais ele estender a mão para socorrer. É, portanto, responsabilidade e não título de nobreza ou destaque social.” Os dons mediúnicos são bênçãos na vida de quem já despertou para as realidades do espírito e compreende que a caridade é o único meio do homem se desvencilhar (desprender, libertar) das suas inferioridades, tais como, o orgulho, o egoísmo, o ódio, o rancor, a inveja, a cupidez, etc. A mediunidade é a voz de Deus que ressoa nas fibras mais íntimas do nosso coração, mostrando-nos o caminho da luz. Até mesmo os que possuem uma mediunidade torturada, provacional, podem e devem enxergar essa oportunidade como redenção, pois através desse processo, vamos despertando para as consequências das nossas próprias ações, e assim, nos corrigindo, parando de insistir nas armadilhas (criadas por nós mesmos) que nos prendem ao sofrimento. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 07: A mediunidade é considerada como um dom ou um castigo? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ¹XAVIER , Francisco Cândido (psicografia). Emmanuel. Emmanuel (espírito). FEB Editora, 2010. MAIA , João Nunes (psicografia). Segurança Mediúnica. Miramez (espírito). Fonte Viva, 2ª edição, março de 2015. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

  • 08. A mediunidade é de natureza orgânica ou espiritual?

    O codificador da doutrina espírita – Allan Kardec – elucida que a mediunidade é inerente ao ser humano, a depender de uma predisposição orgânica, onde cada pessoa a manifesta em maior ou menor grau, sendo raro aquele que dela não apresente nenhum rudimento. Sendo assim, Kardec passou a denominar como médiuns – como forma de organização e clareza dos seus estudos e pesquisas – somente aqueles que a manifestam em um nível razoável de ostensividade, ou seja, os indivíduos que de forma acentuada apresentam habilidade de comunicação entre os planos físico e espiritual. FACULDADE DA ALMA Em Mediunidade: Desafios e Bênçãos, o Espírito Manoel Philomeno de Miranda – pela psicografia de Divaldo Franco – nos ensina que a mediunidade é uma faculdade da alma , que se reveste de células no corpo, a fim de permitir a decodificação da onda do pensamento procedente de outra dimensão, para torná-la de entendimento objetivo. Na obra Médiuns e Mediunidades , o Espírito Vianna de Carvalho (por Divaldo Franco) ressalta que a mediunidade, por proceder do Espírito , exige cuidados especiais e competente educação . PERISPÍRITO - SEDE DA MEDIUNIDADE Já a médium Yvonne do Amaral Pereira em seu livro Recordações da Mediunidade, orientada pelo respeitável Espírito Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, nos diz: “Existem mediunidades que do berço se revelam no seu portador, e estas são as mais seguras, porque as mais positivas, frutos de longas etapas reencarnatórias, durante as quais os seus possuidores exerceram atividades marcantes, assim desenvolvendo forças do perispírito, sede da mediunidade, vibrando intensamente num e noutro setor da existência e assim adquirindo vibratilidades acomodatícias do fenômeno.” ORIGEM ESPIRITUAL Hermínio C. Miranda – em Diversidade dos Carismas – ratifica esse pensamento ao afirmar: “A tendência natural de quem observa a mediunidade em exercício é a de considerar o médium como um corpo físico, quando, na realidade, médium, de fato e de direito, é o perispírito , que funciona sempre como agente de ligação entre corpo e a unidade de comando, situada na individualidade.” Sendo assim, podemos considerar que a mediunidade é de origem espiritual, localizada em nosso perispírito. Quando o Espírito está encarnado, a mediunidade reflete em seu corpo físico através de uma predisposição orgânica que influencia no maior ou menor grau de sua ostensividade. Essa condição orgânica acima mencionada vem sendo estudada por grandes teóricos e pesquisadores, sendo René Descartes um dos seus pioneiros. GLÂNDULA PINEAL | EPÍFESE Em meados do século XVII, o autor da célebre frase “Penso, logo existo”, o filósofo, físico e matemático francês René Descartes, tecia em sua obra-prima Meditações Metafísicas , alguns comentários a respeito da glândula pineal (também chamada de epífise) , apresentando-a como a "sede da alma no corpo" e o órgão capaz de captar e traduzir impressões espirituais para o nosso cérebro. Mesmo sendo considerado o fundador da filosofia moderna e um dos pensadores mais importantes e influentes da história do pensamento ocidental, Descartes teve suas sentenças a respeito da glândula pineal relegadas ao misticismo e ocultismo, sendo-as descreditadas pelos seus contemporâneos. O QUE DIZ KARDEC? A respeito do tema, Allan Kardec não se refere diretamente à glândula pineal, contudo, informa em O Livro dos Espíritos que o processo mediúnico é orgânico , respeitando de modo imprescindível à estrutura física do médium. Essa condição orgânica exige a indispensabilidade de um órgão que conceba os recursos materiais para o processo mediúnico, sendo este órgão conhecido atualmente como glândula pineal, epífise neural ou terceiro olho. EPÍFISE (PINEAL) POR ANDRÉ LUIZ Em Missionários da Luz , pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, o instrutor Alexandre em conversação com o autor espiritual André Luiz, resumidamente destaca que a epífise/pineal governa o campo da sexualidade, assegura o intercâmbio com o mundo espiritual através da mediunidade, converte energia mental em estímulo nervoso, é a responsável por ligar o corpo físico ao Espírito, além de comandar os fenômenos relacionados à emotividade. IMPORTÂNCIA DA GLÂNDULA PINEAL (EPÍFISE) É inegável a importância da glândula pineal (epífise) nos processos acima citados, além da importância do corpo físico em todos esses trâmites. Com o advento do Espiritismo e os inúmeros livros psicografados – ou de autoria própria – que nos chegam continuamente, a exemplo das obras sérias, idôneas e confiáveis que estamos expondo no decorrer deste trabalho, temos hoje acesso a diversos acontecimentos no mundo espiritual que nos fazem investigar e repensar que a mediunidade não é restrita somente ao corpo físico (como muitos acreditam), mas relativa ao próprio Espírito. NATUREZA ESPIRITUAL E ORGÂNICA O benfeitor Miramez por meio da obra Segurança Mediúnica – psicografia de João Nunes Maia – esclarece que a mediunidade não depende de qualidades humanas para existir na sua função natural. Sendo assim, o portador desta faculdade a manifesta tanto no plano físico – quando encarnado – como no plano espiritual – em perispírito, seja através do desdobramento nas noites de sono fisiológico ou após o desencarne. Acerca deste assunto, trazemos à tona as contribuições de Hermínio Corrêa de Miranda, um dos mais proeminentes pesquisadores e escritores espíritas do Brasil, que em seu livro Diálogo com as Sombras aborda como as atividades dos trabalhadores mediúnicos não se restringem as sessões mediúnicas ou somente ao plano físico/terrestre: “Durante a noite, enquanto adormecemos no corpo físico, nossos Espíritos, desprendidos, parcialmente libertos, juntam-se aos benfeitores para o preparo das futuras tarefas mediúnicas. Descemos, com eles, às profundezas da dor e, muitas vezes, realizamos, com eles, autênticas sessões em pleno Espaço, para o tratamento preliminar de companheiros já selecionados para a experiência mediúnica, ou irmãos que, já atendidos por nós, necessitam, mais do que nunca, de assistência e amparo, para as readaptações e o aprendizado que os levará à reconstrução de suas vidas, desde o descondicionamento a dolorosas e lamentáveis concepções até o preparo de uma nova encarnação.” Hermínio C. Miranda volta a ratificar esse pensamento, dessa vez em Diversidade dos Carismas , ao escrever: “Com frequência observamos que o trabalho continua pela noite adentro. Em nossos desdobramentos durante a semana somos levados a visitar pessoas encarnadas ou desencarnadas, em locais diversos, muitas vezes nos próprios núcleos ou instituições onde militam os companheiros que se acham em tratamento no grupo mediúnico. Algumas vezes é trabalho complementar, outras, é tarefa preliminar ou de observações. Somos, também, levados a reuniões de estudo e debate, assistimos a palestras, recebemos instruções, tomamos conhecimento de planos e estratégias de trabalho a desenvolver, sempre sob a supervisão de nossos orientadores espirituais.” Segundo os informes do referido autor (Hermínio C. Miranda), os trabalhos mediúnicos (amparo aos sofredores, choque anímico, etc) continuam durante a noite, no período em que o médium está dormindo e seu corpo desprendido parcialmente através do sono. Deste modo, a mediunidade não é algo limitado ao corpo físico, mas um processo de constante evolução, permitindo ao Espírito encontrar e alcançar as ferramentas necessárias ao seu progresso e adiantamento, esteja ele encarnado ou não. O benfeitor Manoel Philomeno de Miranda, em Mediunidade: Desafios e Bênçãos (pela psicografia de Divaldo Franco), confirma estas informações ao escrever: “Os membros que os constituem estarão sempre atentos aos compromissos assumidos, de forma que possam cooperar com os mentores em qualquer momento que se faça necessário, mesmo fora do dia e horário estabelecidos.” MÉDIUNS DESENCARNADOS Já o autor espiritual André Luiz registra no livro Libertação (através da mediunidade de Chico Xavier), capítulo 3 com o título Entendimento , um episódio no qual vinte médiuns realizam um trabalho de materialização no plano espiritual. Na mesma obra, capítulo 18, ocorre semelhante processo para uma segunda materialização da benfeitora Matilde. Em Missionários da Luz (André Luiz/Chico Xavier), capítulo 17 de título Doutrinação , em um dos trabalhos envolvendo o mentor Alexandre e o autor André Luiz, visando ajudar o ex-sacerdote de nome Marinho, surge à figura de Necésio, que servirá como intérprete entre Alexandre e o ex-padre. Em todos os trechos aqui narrados, temos como base Espíritos desencarnados exercendo funções mediúnicas no plano espiritual. Como experiência pessoal, o médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco conta-nos que, durante uma visita à cidade de Padova (Itália), em meio a uma pequena comitiva, ao visitar a Basílica de Santo Antônio de Pádua, percebeu a presença de sua guia espiritual Joanna de Ângelis, que lhe informou que Antônio, o Santo de Pádua, desejava transmitir uma mensagem à Terra. A mentora explicou que, devido ao alto nível psíquico de Antônio de Pádua, Divaldo não seria capaz de captar a mensagem diretamente, e que ela (Joanna de Ângelis) intermediaria a comunicação, atuando como médium, isto é, captando o pensamento de Antônio de Pádua e retransmitindo de modo compreensível a Divaldo. Essa mensagem, assinada por Antônio de Pádua, pode ser encontrada na obra Sob a Proteção de Deus , publicada pela Editora LEAL. O episódio narrado por Divaldo Franco não é isolado e ocorre com bastante frequência, sendo examinado e abordado por diversos autores em suas obras e pesquisas. Dentre esses autores destacamos Hermínio de Miranda e seu livro Diversidade dos Carismas (já bastante citado por aqui), que ao observar situações semelhantes à de Divaldo disserta: “ O fato de funcionar o controle, ou guia espiritual do médium, como intermediário para certas comunicações, não quer dizer que todos eles operem como médiuns, no sentido habitual da palavra. Muitos deles apenas captam as emissões de pensamento de um companheiro espiritual e as retransmitem ao médium encarnado para que este possa convertê-lo em palavras escritas, faladas ou símbolos. Embora isso não deixe de ser uma intermediação, não representa, a rigor, uma forma de mediunidade tal como a conhecemos, se ficarmos adstritos ao conceito de que o médium é aquele que serve de intermediário entre os seres desencarnados e os encarnados. Há, contudo, exemplos bem caracterizados de espíritos que não apenas descrevem o que estão captando de outros espíritos, mas funcionam mesmo como médiuns de tais companheiros, servindo de ponte psíquica àquele que não tem condições de se utilizar de um médium encarnado a fim de alcançar, com seu recado, outros seres encarnados.” MÉDIUNS, TODOS SOMOS EM AMBOS OS PLANOS DA VIDA Para finalizar, trazemos mais uma vez a colaboração de Manoel Philomeno de Miranda, na obra acima citada, ao retratar sabiamente que: “A mediunidade é faculdade da alma que no corpo se reveste do arcabouço de células para facultar a captação de ondas e vibrações sutis além da esfera física. [...] Médiuns, todos o somos em ambos os planos da vida [...]” Portanto, a de ser crer, pela lógica dos incontáveis fatos apresentados pela literatura espírita que a mediunidade é um dom do espírito, tendo sua sede no corpo espiritual (perispírito); ao encarnar, o Espírito que irá ter a mediunidade aflorada, recebe um corpo físico compatível com a medianimidade que irá exercer enquanto encarnado, sendo a glândula pineal (epífese) a responsável pela mediunidade no corpo carnal . Desse modo, a mediunidade é de origem espiritual, mas também de natureza orgânica. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 08: A mediunidade é de natureza orgânica ou espiritual? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004. FRANCO , Divaldo (psicografia). Mediunidade: Desafios e Bênçãos. Manoel Philomeno de Miranda (espírito). Editora LEAL, 2019. FRANCO , Divaldo Pereira (psicografia). Médiuns e Mediunidades. Vianna de Carvalho (espírito). 9. ed. Salvador: LEAL, 2015. PEREIRA , Yvonne do Amaral. Recordações da Mediunidade. Editora FEB, 1968. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, 2019. DESCARTES , René. Meditações Metafísicas. Tradução de Edson Bini. EdiPro, 2018. KARDEC , Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014. XAVIER , Francisco Cândido. Missionários da Luz. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. MAIA , João Nunes (psicografia). Segurança Mediúnica. Miramez (espírito). Fonte Viva, 2ª edição, março de 2015. MIRANDA , Hermínio Corrêa de. Diálogo com as Sombras. FEB Editora, 2018. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. XAVIER , Francisco Cândido. Libertação. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2019.

  • 10. Quais os sintomas físicos que podem estar associados ao afloramento mediúnico?

    Em O Livro dos Médiuns (Cap. XVI), Kardec afirma que quando o princípio ou germe de uma faculdade existe, ela se manifesta sempre por sinais inequívocos. Como visto anteriormente, a eclosão da mediunidade provacional nos acarreta, comumente, problemas de ordens física e emocional, além de perturbações espirituais ( vide questão 09 ). A mediunidade de prova é aquela que surge com o intuito de direcionar o médium a resgates aflitivos de condutas decadentes ou maléficas praticadas em outras encarnações, com base na lei de ação e reação, de causa e efeito. Um dos objetivos da mediunidade é proporcionar ao medianeiro a oportunidade de trabalhar em prol dos mais necessitados, sejam eles encarnados ou desencarnados, amenizando seus próprios débitos diante da balança divina, além de colocar em prática os compromissos assumidos de acordo com seu planejamento reencarnatório. Em outras palavras, a mediunidade não é aleatória, é o próprio Espírito que vai reencarnar e pede – repetidamente – para vir com esse dom aflorado, pois bem sabe que a mediunidade é uma extensão da misericórdia divina que lhe permite resgatar seus débitos anteriores através do trabalho santificante e gratuito na seara do Cristo. SINAIS FÍSICOS DA MEDIUNIDADE No capítulo 19 de sua obra Momentos de Consciência , Joanna de Ângelis (por Divaldo Franco) destaca que os primeiros sinais da eclosão da mediunidade podem se manifestar como "sensações estranhas de presenças psíquicas ou físicas algo perturbador, gerando medo ou ansiedade, inquietação ou incerteza. Em alguns momentos, turba-se a lucidez, para, noutros, abrirem-se brechas luminosas na mente, apercebendo-se de um outro tipo mais sutil de realidade.” O autor espírita Martins Peralva, em Mediunidade e Evolução , explica que os sintomas da mediunidade são imensuráveis, sendo os mais frequentes: reações emocionais incomuns (fora do habitual), sensação aparente de enfermidade (sem razão orgânica), calafrios, mal-estar e irritações estranhas. Peralva nos diz ainda que em certos casos, a mediunidade pode surgir sem qualquer sintoma, aparecendo espontaneamente. Em Plantão de Respostas - Pinga Fogo II , Chico Xavier e Emmanuel, quando questionados acerca dos sinais físicos e psicológicos oriundos do surgimento da mediunidade, explicaram que os sintomas podem ser variados, de acordo com o tipo de mediunidade. Irritabilidade, sonolência sem motivo, dores sem diagnóstico definido, mau humor e choro inexplicável podem indicar necessidade de esclarecimento e estudo. É NECESSÁRIO ENTENDER, CONHECER, ESTUDAR... A faculdade medianímica não é uma disfunção do organismo. As complicações existentes em sua manifestação inicial são decorrentes da falta de conhecimento em relação à mediunidade, mas logo que o medianeiro passa a fazer uso da terapêutica correta, recebendo a assistência devida, tanto na casa espírita (estudo, passes, tratamento espiritual) quanto fazendo a sua parte (reforma íntima, prática do bem e caridade), seu equilíbrio emocional e fisiológico é resgatado e sua saúde restabelecida. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 10: Quais os sintomas físicos que podem estar associados ao afloramento mediúnico? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004. FRANCO , Divaldo Pereira (psicografia). Momentos de Consciência. ÂNGELIS, Joanna de (espírito). LEAL, 2008. PERALVA , Martins. Mediunidade e Evolução. FEB, 2009. XAVIER , Francisco Cândido. Plantão de Respostas - Pinga Fogo II. Ceu, 2015.

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