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Mediunidade Sem Medo

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  • 27. Qual é o limiar entre a fé e o fanatismo? Como o médium pode evitar os extremos do fanatismo ou do desânimo?

    Muitos são aqueles que, ao aderirem pela primeira vez alguma doutrina espiritualista, dentre elas o Espiritismo, Umbanda, Candomblé, Santo Daime, dentre outras, ficam entusiasmados e maravilhados com os conhecimentos que estão desfrutando em seus estudos e, sem perceberem, correm o grave perigo de se renderem ao fanatismo. O fanatismo é, sem sombra de dúvidas, um grande véu que nos impossibilita de enxergar com clareza, nos prendendo em conceitos e preconceitos, teses e exortações sob a superioridade daquilo que acreditamos como a única, ou a mais pura verdade referente ao tema em destaque. EMPOLGAÇÃO x ESMORECIMENTO Nesse período inicial, é comum vermos o recém-adepto da doutrina espírita ler, reler e buscar diversas obras sobre espiritualidade, falar incansavelmente, onde quer que se encontre, sobre Espíritos, sintonia, vibração, mediunidade, etc. Passado esse primeiro momento, que pode ser razoavelmente longo, a depender de cada ser, o estudante espírita começa a migrar para o polo oposto, saindo da atual empolgação para o esmorecimento. Esse esmorecimento surge dos próprios obstáculos do dia a dia. Ao passar pelas provas que lhe pedem para pôr em prática aquilo que tanto estuda, o espiritista ao sentir dificuldades em perdoar, silenciar e exercitar a sua reforma íntima, sente que seus esforços, suas leituras, palestras e evangelho no lar não estão surtindo efeito, pelo contrário, muitos dizem que quanto mais rezam, pior fica.  E sem mais delongas se abstém de suas atividades na casa espírita, deixam de realizar o culto no lar, chegando até o momento que se afastam por completo, desfazendo toda e qualquer ligação com o meio espiritista/espiritualista. Em compensação, há os que encontram o caminho do meio, saindo desse sentimento de admiração cega e exagerada para um estado de harmonia e estabilidade. Sabemos que nem todas as pessoas passam por esse binômio fanatismo/esmorecimento, ou que ele ocorra apenas nessa ordem. As possibilidades e variações são inúmeras. Entretanto, o que buscamos ressaltar é que, sem o cultivo da vigilância e prudência, da paciência e serenidade, da humildade e o estudo constante, o fanatismo encontra espaço para se manifestar e impedir o crescimento daqueles que se perdem em ilusões, independentemente da religião, doutrina, filosofia ou ciência que sigam. FÉ E FANATISMO Há uma linha muito tênue entre a fé e o fanatismo. Essa linha é ultrapassada justamente quando o sujeito, mesmo munido de boas intenções e desejoso de seguir um bom caminho, deixa de ser um partícipe da sua linha religiosa/espiritual e passa a se comportar como a representação encarnada da própria doutrina. Em outras palavras, o indivíduo para de se comportar como um membro/aprendiz da sua doutrina e passa a agir como se fosse a própria doutrina em si, ressaltando que a sua forma de pensar é a correta, absoluta e inquestionável, que as demais opiniões, se forem contrárias as suas, estão erradas. Mudando o seu perfil de comportamento, passa a defender suas ideias de forma obsessiva e apaixonada, mesmo entre amigos, parentes, colegas de trabalho, cônjuge e vizinhos; apresenta tendência em ver o diferente como "inimigo"; acredita que o que é bom para ele também é bom para os demais; tenta impor suas crenças de forma impositiva; acredita ter uma missão divina... EVITANDO OS EXTREMOS Nesse caso, o melhor antídoto contra o fanatismo é a humildade. A humildade, no dizer evangélico, equipara todos os homens e mulheres sob o mesmo patamar, nem maior e nem menor. Para o médium desejoso em seguir uma rota segura em meio ao seu desenvolvimento moral, intelectual e espiritual, a humildade e a modéstia jamais deverão ser esquecidas. Além das leituras iluminadas das obras de Allan Kardec, iniciando com O que é o Espiritismo, seguidos de O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, o médium, seja iniciante ou experiente, após a base teórica/prática das obras acima, deve em seu dia a dia: Estar sempre disposto para aprender, mesmo com aqueles que considere menor ; Estar aberto para os diálogos fraternos em torno dos temas em voga; Respeitar o livre arbítrio do próximo (na forma de pensar e agir, principalmente quando tais ações forem contrárias as suas); Evitar os personalismos ( costume de se colocar como o centro em qualquer circunstância) ; Atentar para o melindre (tendência para se sentir ofendido ou magoado com facilidade); Fugir dos elogios e autoexaltações; Não permitir que os demais lhe coloquem em um pedestal exaltando sua figura de santo ou iluminado ; Evitar o desejo, mesmo que oculto, de fama e reconhecimento; Priorizar o anonimato e a simplicidade em sua caminhada espiritual; Cortar quaisquer arestas ou indícios de vaidade, egoísmo e orgulho; Esquivar-se, quanto possível, do trabalho mediúnico e dos estudos espiritistas de modo isolado; buscando ter ao seu lado, sempre de bom grado, o convívio e a companhia de companheiros mais experientes que possam lhe ajudar e orientar nos percalços. Em síntese, não apenas o médium, mas qualquer pessoa, independentemente da área em que atue, mesmo com bons propósitos, ao esquecer o caminho do meio e do equilíbrio, coloca-se em uma posição complicada, favorecendo o desequilíbrio, o vício e o fanatismo. Sem a devida vigilância, acabam por enterrar grandes oportunidades de trabalho e evolução que poderiam ter aproveitado Vale frisar, desde já, que a mediunidade não é, e nunca será, a responsável por fanatizar ou esmorecer o médium ou qualquer outra pessoa em questão. Por trás das cortinas da invigilância, veremos que são os próprios hábitos do indivíduo em desequilíbrio que o leva por caminhos tortuosos e extremos, colocando-lhe em desalinhos com os ideais mais enobrecidos. ESMORECIMENTO Quanto ao esmorecimento, recordemos sempre das palavras do Cristo que nos disse que aquele que perseverar até o fim será salvo . (Mateus 24:13) Em seu perseverar, todo trabalhador espírita deve buscar servir ao próximo pelo simples prazer de ser útil na seara do bem, sentindo a satisfação de cooperar de forma abnegada, sem esperar quaisquer privilégios por parte de ninguém, principalmente da espiritualidade superior. Como alicerce seguro do seu trabalho, o medianeiro deve trazer a consciência sincera de que todos os feitos realizados por seu intermédio devem ser direcionados a Deus, a Jesus e a espiritualidade amiga. Além do estudo constante de O Livro dos Médiuns como indicado acima, deve compreender também que a sua produção mediúnica carece, para o seu próprio adiantamento, de ser compartilhada com seus companheiros de ideal, dirigentes e instrutores, para o exame e análise dos feitos. Como parte prática dessa instrução, busca receber as devolutivas dos teus irmãos de jornada com humildade, bom ânimo e doçura. Se te parecer justo, corrige os conceitos e te melhora. Em contrapartida, se for injusto, utiliza esta oportunidade para trabalhar a tua paciência e resignação. Se porventura a dor e o sofrimento baterem em tua porta ao ponto de te sentires desanimado, lembra que Deus não te deixaria passar por essas situações sem que você tivesse condições reais de sair vitorioso das intempéries do caminho. Compreende também que algumas dificuldades são colocadas em teu meio para te ajudar a progredir mais depressa, como oportunidade de redenção espiritual. E por fim, lembra-te mais uma vez das palavras do Mestre de Nazaré que disse: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me." (Lucas 9:23) Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 27: Qual é o limiar entre a fé e o fanatismo? Como o médium pode evitar os extremos do fanatismo ou do desânimo? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAIA , João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 2017. TEIXEIRA , Raul (psicografia). Desafios da Mediunidade. Camilo (espírito). EDITORA FRÁTER, 1ª edição, 27 maio 2020. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Mateus 24:13. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Lucas 9:23. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

  • 28. Qual tipo de alimentação é considerado ideal para o médium?

    A respeito desta temática, trazemos a sabedoria do Espírito Miramez, por meio da obra Médiuns (psicografia de João Nunes Maia), que nos ilumina ao dizer que os dons espirituais não têm nada a ver com a alimentação . Ou seja, comer este ou aquele alimento não irá ampliar ou reduzir a capacidade medianímica de ninguém. Na mesma obra, Miramez afirma que se o corpo físico tem papel determinante perante a mediunidade, é preciso, então, que ele esteja em plena ordem. Sendo assim, para que o aparelho físico atenda com maestria o processamento mediúnico, é preciso estar com todas as suas peças em pleno funcionamento e para isso, a alimentação é de suma importância. O autor espiritual, na obra acima citada, ensina-nos que a alimentação do médium deve ser escolhida por ele mesmo. Para tal, o medianeiro precisa ter consciência de comer para viver e não viver para comer, buscando o equilíbrio, o bom senso e fugindo da gula. No caso da gulodice esclarece-nos que o excesso de comida retarda o raciocínio, diminuindo o rendimento do médium em seu labor. DIETAS ESPECIAIS? Comumente encontramos alguns autores espíritas, encarnados e desencarnados, impondo receitas e diretrizes alimentares que devem, indiscutivelmente, ser seguidas por todos os médiuns e trabalhadores em dias de reunião. Recomendam-nos a abstenção de carnes, chocolates, café e alimentos gordurosos, além de horários específicos para cada alimentação. Com base nessas afirmações impositivas, Miramez adverte-nos ao dizer que seguir regras de escritores ou Espíritos fanáticos é desapropriar-se das próprias convicções. Em suma, a alimentação do médium deve ser de acordo com a sua disposição orgânica e psíquica, atendendo as suas necessidades físicas. Como cada pessoa possui necessidades alimentares diferentes, o que funciona para um pode não corresponder ao outro. ALIMENTO FÍSICO E MENTAL Além do alimento físico, é preciso também o cuidado com o alimento mental, isto é, o tipo de energia que ingerimos através do pensamento, principalmente o ódio, a inveja, o ciúme, a vaidade e tantos outros sentimentos inferiores. Portanto, a alimentação ideal para o médium é aquela que supre as necessidades do seu organismo físico, saciada no bom senso e equilíbrio. É aquela que foge da gula em todas as suas sutilezas e têm como tempero os bons pensamentos e os sentimentos nobres. Na dúvida, o caminho do meio é sempre o mais aconselhável em todos os setores da nossa vida. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 28: Qual tipo de alimentação é considerado ideal para o médium? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAIA , João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 2017.

  • 29. Existem músicas, livros e filmes que os médiuns devem dar preferência?

    Nossas palavras não têm como objetivo ditar normas, regras ou diretrizes para ninguém. Através destes escritos buscamos convidar e instigar cada leitor e estudante a refletir – usando do bom senso e da fé raciocinada – sobre os temas aqui apresentados, para que cada um – de forma individual – possa encontrar o caminho que melhor lhe convém. Aqui escrevemos para médiuns diversos, possuidores de gostos musicais distintos, com múltiplas preferências para a sétima arte e séries audiovisuais, assim como gosto diversificado para gêneros literários, peças teatrais, artes e entretenimento em geral. Dizer o que cada um deve – ou não – assistir, escutar ou fazer no seu dia a dia seria uma imposição descabida e violenta. Portanto, nos limitaremos apenas a breves reflexões, convidando cada leitor ao raciocínio próprio. ALIMENTO MENTAL É crescente o cuidado que o homem vem fazendo da sua alimentação, tendo maior consciência daquilo que ingere, dando preferência a alimentos orgânicos, evitando os alimentos industrializados e processados em geral. Porém, em sua maioria, esquecem que nem só de pão vive o homem . Em suma, tudo aquilo que pensamos, ouvimos, falamos, fazemos e assistimos são formas de alimentos mentais e sentimentais que ficam gravados em nosso perispírito e no ambiente a nossa volta (egrégora), repercutindo automaticamente – mesmo que não percebamos de início – em nosso psicossoma (corpo espiritual ou perispírito, segundo a nomenclatura do Espírito André Luiz, via Chico Xavier).  Sabemos que a lei de sintonia ocorre por meio do pensamento e que cada pensamento é um imã que atraí os cômpares espirituais que melhor se afinizam com o nosso estado mental, sentimental, vibracional e energético. Dessa forma, não é difícil perceber quem são as companhias espirituais das pessoas encarnadas que, por exemplo, gostam de filmes ou contos de terror, de músicas sensuais e por vezes vulgares, de livros e filmes eróticos, novelas ou quaisquer outros conteúdos que instigam ao espectador comportamentos deprimentes. Da mesma maneira podemos imaginar os cômpares que acompanham os que gostam de realizar suas refeições assistindo programas sensacionalistas, cujas pautas são sempre voltadas para mortes violentas, estupros, assaltos, acidentes, etc. Tudo isso também vale para as redes sociais, onde boa parte dos internautas embriagam-se  em meio ao conteúdo erótico, memes homofóbicos, imagens que incitam ao ódio, ao consumo desenfreado, ao prazer inferior, a repetir ou promover desafios violentos e perigosos, dentre outros. ESTUDO DE CASO 1 Certa vez, prestigiando a estreia de um filme nacional, nos deparamos com uma situação que representa bem a forma como atraímos os Espíritos por meio da nossa vibração. Em uma sala de cinema, reagindo a uma das cenas – cujo clímax é o massacre de diversas pessoas –, o público foi ao delírio entre palmas, assobios e gritarias, cujo contexto era de aprovação pelas mortes ocorridas na telona. Quase que imediatamente o clima da sala se fez pesar e os médiuns, ou qualquer pessoa mais sensível que estava presente, sentiu o baque energético. A mudança vibracional da sala se fez pela exteriorização energética manifestada através do pensamento dos que ali aplaudiam, assim como a presença de diversos Espíritos que foram atraídos pela situação e que compactuam com estes gostos sangrentos. Essas entidades alimentam-se desses sentimentos e passam a influenciar e assediar/obsidiar todos aqueles que estacionam em sua faixa de frequência. ESTUDO DE CASO 2 Em outro momento, encontramos um companheiro compromissado com os estudos da mediunidade e que, por não atentar ao conteúdo que consumia via streaming , estava imerso em energias sensuais, levando-o a relatar telas mentais e impulsos/influências perturbadoras. A origem deste desequilíbrio, ao que nos foi dado observar, remete a uma série audiovisual que o companheiro estava assistindo, na qual o conteúdo contempla inúmeras cenas de nudez, apelo sexual, uso de álcool, drogas, maledicência e traições. MÚSICAS Referente à música, todo cuidado ainda é pouco, pois não há um único dia em nossa existência onde não temos acesso a tal conteúdo, seja em casa, no celular, no carro, enquanto esperamos a consulta no dentista ou ao fazermos compras no supermercado... Músicas tristes, com conteúdo melancólico, paisagens deprimentes e estímulos suicidas, assim como outras que incentivam a bebedeira e traição, também são grandes imãs a atraírem para perto dos seus ouvintes (principalmente os que dela se agradam), criaturas que ainda se encontram presas aos prazeres inferiores, assim como, entidades desequilibradas, galhofeiras e perspicazes. Na literatura espírita temos vários registros que descrevem cenas lamentáveis, onde criaturas encarnadas dançam ao som de músicas sensuais e, do lado espiritual, entidades seminuas insinuam cenas e coreografias eróticas, onde muitas vezes são reproduzidas quase que passo a passo pelos encarnados em sintonia. ESPORTES VIOLENTOS Em outro caso, não raramente conhecemos ou nos deparamos com pessoas que gostam de acompanhar seu esporte ou time favorito, seja no ginásio, no estádio ou pela televisão. O problema em si – de atração inferior – não está, por exemplo, no futebol que ela gosta de assistir semanalmente, mas no comportamento fanático e animalesco que algumas pessoas apresentam. O esporte em si é uma competição linda e saudável, mas que, infelizmente, têm como boa parte dos seus torcedores, almas em evolução que ainda não dominam suas emoções primárias e passam a gritar, xingar e em muitos casos, a brigar física e verbalmente com os vizinhos e torcedores do time considerado rival. Esses comportamentos desequilibrados e animalescos são carregados de vibrações densas, abrindo não apenas uma brecha, mas uma verdadeira porta para os Espíritos inferiorizados, que gostam, estimulam e se nutrem desses comportamentos e sentimentos grotescos. De modo semelhante, atraindo as companhias espirituais de mesmo teor vibratório, encontramos os simpatizantes de lutas sangrentas (uma reprodução atual dos costumes bárbaros do antigo coliseu romano), que do lado de fora do ringue ou octógono vibram enfurecidamente para o seu lutador preferido derrotar o oponente, de preferência a golpes que lhe marquem o corpo com sangue ou ossos quebrados. Como gostamos de dizer, toda competição é saudável quando pautadas nos sentimentos do equilíbrio; na medida em que a humanidade for evoluindo moralmente, esses tipos de comportamentos e o gosto por certos entretenimentos serão banidos da face da Terra.  CONHECE-TE A TI MESMO Com o tempo, cada medianeiro ao conhecer a si mesmo, será capaz de observar como cada estímulo age em seu campo energético, influenciando-o diretamente por meio das brechas ou portas que ele mesmo abre em meio a sua própria invigilância. Dessa forma, mais uma vez voltamos a repetir que não somos censores para aprovar o que é recomendável ou não. Cabe ao medianeiro refletir e perceber como cada filme, música, livro, série, peça teatral ou quaisquer outras manifestações artísticas e esportivas repercutem em seu íntimo. De toda forma, tudo aquilo que remete a uma vibração negativa deve ser evitado. Inicialmente o médium invigilante, ainda preso a certas preferências, não atenta ao que consome mentalmente, assim como os ambientes que frequenta. Somente após sentir os primeiros impasses de dor e perturbação provenientes dos seus hábitos e gostos particulares é que o medianeiro passa a ponderar, melhor dizendo, filtrar o que deve consumir mentalmente. Esses pormenores também fazem parte do processo de reforma íntima, reforma essa que inclui a reeducação dos nossos gostos, pensamentos, sentimento e atos. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 29: Existem músicas, livros e filmes que os médiuns devem dar preferência? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BÍBLIA DE JERUSALÉM . Mateus 4:4. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. XAVIER , Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (psicografia). Evolução em Dois Mundos. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. MAIA , João Nunes (psicografia). Iniciação Viagem Astral. Lancelin (espírito). Fonte Viva, 22ª edição, 2017.

  • 30. Quais responsabilidades o médium assume diante da prática mediúnica?

    Antes de qualquer coisa, a responsabilidade que o medianeiro possui é com ele mesmo e à sua própria consciência. Interrogando à sua voz interior – que pode se fazer ressoar tanto pelos bons conselhos do seu anjo guardião, assim como uma intuição marcada em seu foro íntimo ( O Livro dos Espíritos , questão 522) – o medianeiro encontrará sempre o melhor caminho para seguir, e caso siga o oposto, o faz por sua conta e risco. OBJETIVOS DA MEDIUNIDADE A mediunidade com base no Espiritismo tem como efeito levar consolo ao próximo, fazendo-o perceber que a vida continua além do túmulo; que não estamos separados totalmente das pessoas que amamos; bem como, a compreensão que somos responsáveis por nossos próprios atos; que todo mal aparente que passamos é de nossa inteira responsabilidade... Além disso, encontramos diretamente na prática da mediunidade uma forma de ajudar ao próximo, proporcionando alento aos corações desesperados, seja através do medianimidade de cura, do atendimento fraterno, do passe, das reuniões de desobsessão, da caridade em geral, etc. MEDIUNIDADE DE ORDEM COLETIVA Sendo assim, a mediunidade deve ser de ordem coletiva, ou seja, direcionada ao auxílio de todas as pessoas. O medianeiro que priva os dons que possui, utilizando-os apenas em benefício próprio, corre o risco de perder as suas faculdades. Da mesma forma que a enxada parada passa a enferrujar, assim como a água estagnada cria lodo e todo membro físico que não utilizamos se atrofia, encontraremos nessa mediunidade egoísta a mesma lei natural. Como Jesus já nos advertia por meio do apóstolo Lucas (12:48), a quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido.   À vista disso, cabe ao médium fazer bom uso das faculdades que lhe foram emprestadas e confiadas por Deus. RESPONSABILIDADES DO MÉDIUM Concluindo, vemos que a responsabilidade que o médium possui é de si para consigo, e passando a ouvir a voz da caridade a lhe chamar para dar mais um passo na senda da sua evolução, que oferte os dons mediúnicos que se faz portador em benefício do próximo e nunca para fins pessoais, fúteis ou financeiros . O médium do bem, trabalhador da seara do Cristo, é sempre visado, observado e analisado onde quer que se encontre, tanto por seres encarnados como desencarnados, pela sociedade em geral e até mesmo pelos seus próprios companheiros de ideal espiritista. Portanto, o médium deve fugir das exortações evangélicas, não cobrando do próximo certas mudanças de comportamento, mas passando ele mesmo, através do exemplo silencioso das suas próprias ações e mudanças morais/comportamentais, difundir a mensagem de Jesus. MORALIDADE E DISCIPLINA O médium, apesar de conviver com os Espíritos sofredores e obsessores que lhe cumpre socorrer, instruir e resgatar, deve sempre manter uma boa postura social, através de uma moralidade reta e justa, da disciplina, do estudo e da educação, facultando dessa forma a melhor sintonia com os Espíritos superiores. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 30: Quais responsabilidades o médium assume diante da prática mediúnica? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Lucas 12:48. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

  • 33. Como desenvolver a mediunidade de forma segura?

    Há pessoas que revelam, sem grandes cerimônias, o desejo de serem médiuns e buscam a todo custo o seu desenvolvimento medianímico. Por impaciência ou ansiedade, acabam negligenciando o roteiro natural da vida, que nos ensina, através das leis divinas, que tudo ocorre no seu devido tempo. Dessa maneira, muitos médiuns iniciam sua jornada mediúnica de modo imprudente, caminhando para o desequilíbrio e muitas vezes, abrindo precedentes para um processo obsessivo. Como nos instrui o benfeitor Miramez no livro Médiuns , psicografia de João Nunes Maia: querer ser médium não basta.  Precisamos colocar os nossos dons a serviço dos bons Espíritos. Sabemos, porém, que os Espíritos superiores encontram maior facilidade de aproximação para com os médiuns que buscam o seu automelhoramento diário, seja por meio da prática do bem, da caridade e tantas outras virtudes ensinadas através da moralidade exposta nos evangelhos de Jesus Cristo. Como de praxe, não pretendemos ditar normas de conduta ou impor condições ao medianeiro. Aqui, nos limitamos a expor que tudo na vida obedece a leis naturais, e uma dessas leis é a da sintonia, sendo esta uma das mais relevantes no contexto da mediunidade. MEDIUNIDADE COM JESUS Partindo do trocadilho espírita, dize-me o que pensas que eu te direi com quem estás sintonizado , ou melhor, dize-me o que pensas que eu te direi quem são as tuas companhias espirituais ,  encontraremos na figura do Cristo – o médium de Deus – o melhor caminho para seguirmos. Ratificando os conceitos acima apresentados, destacamos um trecho do livro Missionários da Luz  (André Luiz/Chico Xavier) no qual o instrutor Alexandre – em palestra cordial – ressalta a importância da mediunidade com Jesus: “Mediunidade – prosseguiu ele, arrebatando-nos os corações – constitui meio de comunicação, e o próprio Jesus nos afirma: eu sou a porta... Se alguém entrar por mim será salvo e entrará, sairá e achará pastagens! Por que audácia incompreensível imaginais a realização sublime sem vos afeiçoardes ao Espírito de Verdade, que é o próprio Senhor? Ouvi-me, irmãos meus!... Se vos dispondes ao serviço divino, não há outro caminho senão Ele, que detém a infinita luz da verdade e a fonte inesgotável da vida!" Dando continuidade aos seus ensinos, ainda na referida obra, o benfeitor esclarece que "não existe outra porta para a mediunidade celeste [...] Sem o Cristo, a mediunidade é simples meio de comunicação e nada mais, mera possibilidade de informação, como tantas outras, da qual poderão assenhorear-se também os interessados em perturbações, multiplicando presas infelizes. ” COMPANHIAS ESPIRITUAIS Com relação à sintonia e consequentemente, afinidade, o instrutor Alexandre – na obra supracitada – arremata: “Sempre será possível abrir meios de comunicação entre vós outros e os planos que vos são invisíveis, mas não esqueçais de que as afinidades são leis fatais de reunião e integração nos reinos infinitos do Espírito! Sem os valores da preparação, encontrareis irremediavelmente a companhia dos que fogem aos processos educativos do Senhor; e sem as bênçãos da responsabilidade encontrareis logicamente os irresponsáveis.” A este respeito, em Diversidade dos Carismas , o autor Hermínio C. Miranda destaca: “Esse é o aspecto vital em todo o esquema do desenvolvimento da mediunidade. A rigor, médium, é desde que renasceu com as programações correspondentes, na trilogia corpo/perispírito/espírito. O que tem ele a fazer para que suas faculdades funcionem a contento é criar em si mesmo condições adequadas de comportamento, de seriedade, de harmonização interior.”   CAMINHO SEGURO Sendo assim, encontraremos dois caminhos para a mediunidade, sendo eles, a Mediunidade com Jesus  e a Mediunidade sem Jesus.  Logicamente, encontraremos através da Mediunidade com Jesus  o caminho mais seguro para seguir. Não dizemos o mais fácil, pois como o próprio Cristo nos advertiu por meio do apóstolo Lucas, a pessoa que deseja acompanhar os Seus ensinamentos, que pegue a própria cruz e o Siga. Essa cruz referida em Lucas 9:23 são os obstáculos e os infortúnios que cada de um de nós enfrenta diariamente, e no caso dos médiuns, essa cruz tem o peso dobrado. Mas o Mestre também nos ensina que o fardo pesado não é direcionado aos ombros fracos, portanto, não devemos esmorecer em nossa caminhada, pois a recompensa daquele que persevera até o fim, seguindo os ensinamentos do Cristo, é multiplicada ao cêntuplo.   CUIDADOS COM A MEDIUNIDADE Assim como a eletricidade que traz inúmeros benefícios ao planeta, mas que carece de cuidados próprios, a mediunidade também exige atenção especial para que possa ser exercida com segurança, cautela e prudência . Dentre as ponderações iniciais que o médium precisa ter diante da sua faculdade, estão inclusos o estudo mediúnico, a educação emocional/sentimental e a prática da reforma íntima, isto é, o esforço diário para superar as más tendências e as inclinações inferiores. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 4: O Médium e a Casa Espírita Pergunta 33: Como desenvolver a mediunidade de forma segura? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAIA , João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 2017. XAVIER , Francisco Cândido. Missionários da Luz. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Lucas 9:23. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

  • 34. Como escolher um centro espírita seguro e confiável para estudar e desenvolver a minha mediunidade?

    “Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo.” (Espírito da Verdade. Paris, 1860 | O Evangelho Segundo o Espiritismo ) O local mais indicado e seguro para o estudo e o desenvolvimento da mediunidade é, sem dúvidas, uma casa espírita. Dizemos isso, pois a Doutrina Espírita foi – e ainda é – a responsável por nos trazer um grande acervo de livros confiáveis referentes à mediunidade e a espiritualidade em geral. Dentre essas obras de inegável valor destacamos – como referência principal e inigualável – o compilado de estudos, questionamentos e experimentações que culminaram na publicação de O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores , por Allan Kardec em 1861, além dos livros psicografados por Francisco Cândido Xavier e de outros médiuns/autores idôneos. Kardec nos deixou um legado, bem como um aconselhamento pétreo, incitando-nos ao estudo e instrução. À vista disso, vemos hoje em quase todos os templos espiritistas, cursos voltados para o estudo da mediunidade (e espiritismo em geral), tendo como auxiliadores desse processo, pessoas experientes na lide mediúnica, trabalhadores espíritas versados, além da própria espiritualidade superior que organiza e acompanha cada encontro com esmero. PRECISA SER FILIADO A FEB? O primeiro ponto que pode nos auxiliar a identificar um centro espírita – que segue a codificação de Allan Kardec – é a sua filiação a Federação Espírita Brasileira (FEB). Tal credenciamento tem como objetivo a unificação e o fortalecimento dos ideais espíritas no Brasil, e nunca uma obrigatoriedade. Dessa forma, entendemos que existem muitas casas sérias, genuinamente espíritas, que preferem seguir sem serem filiadas à FEB ou qualquer outra instituição, e nem por isso, deixam de ser bons locais para se recorrer, estudar, frequentar ou trabalhar. A CASA ESPÍRITA PODE COBRAR MENSALIDADES? Outro elemento que nos ajuda a reconhecer uma casa propriamente espírita, quiçá o mais importante, é o fato de não haver cobranças de nenhum gênero (dinheiro ou qualquer outra obrigatoriedade de pagamentos ou recompensas) para que o devido amparo seja ministrado. Para angariar fundos e pagar suas despesas, as casas espiritistas geralmente recorrem aos bazares, rifas, doações voluntárias, venda de livros, dentre outros. Ou seja, todas as atividades da casa espírita devem ser gratuitas, inclusos aqui o acesso as palestras, passes e estudos em geral. Infelizmente temos visto algumas casas espíritas, filiadas à FEB ou não, cobrarem mensalidades – ou semestres inteiros – para que os médiuns e frequentadores participem de atividades como palestras, passes, reuniões mediúnicas, seminários, festividades e estudos. Em muitos casos o indivíduo pode ser impedido de frequentar a casa ou ser excluído de certas atividades por não dispor da colaboração exigida, isto é, por não pagar – ou não poder pagar – o valor que a instituição impõe. A sensatez também nos diz que a gratuidade oferecida por certos locais, não os qualifica integralmente como recintos sérios e confiáveis, ficando o alerta do bom senso e da vigilância para os que ali buscam ingressar. CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CENTRO ESPÍRITA É válido lembrar que cada centro espírita possui suas características próprias e que o neófito deve optar por um centro que esteja em sintonia com suas necessidades e anseios¹. Desse modo, sem a intenção de nos limitarmos ou esgotarmos os devidos pré-requisitos, compreendemos como um bom centro espírita , aqueles que possuem os seguintes caracteres básicos: 1 – Estudo aprofundado das obras de Allan Kardec e de outros autores espíritas idôneos e sérios; 2 – Pureza doutrinária: fidelidade aos princípios da doutrina espírita, sem distorções ou interpretações pessoais; 3 –   Gratuidade em todas as formas de assistência social e espiritual, como passes, palestras, evangelização infantil, atendimento fraterno, visitas a enfermos, etc; 4 – Atendimento fraterno e caridoso a todos que o procurem, sem distinção de nenhuma espécie; 5 – Ensino e desenvolvimento da mediunidade de forma segura e responsável, com base nos princípios da Doutrina Espírita; 6 – Palestras, estudos e reflexões sobre os ensinamentos de Jesus e Kardec, objetivando o desenvolvimento do autoconhecimento e a transformação moral e intelectual do indivíduo; 7 – Receptividade a pessoas de diferentes crenças, origens, classes sociais, dentre outras; 8 – Participação ativa na comunidade local, através de ações de caridade e projetos sociais; 9 – Evita dogmatismo, proselitismo e fanatismo; 10 – Quando possível, que disponha de uma biblioteca com livros espíritas à disposição dos frequentadores. 11 – Funcionamento organizado e transparente, com diretoria atuante e responsável; 12 – Recursos financeiros administrados com ética e responsabilidade; Prestação de contas clara e regular aos frequentadores; De modo contrário, todo centro ou casa espírita – independentemente da fama ou do nome que possui – que faz o uso da mediunidade com fins lucrativos, alimentando pautas sensacionalistas e místicas, que pregam a obrigatoriedade de algum pagamento, que buscam prejudicar alguém, que impõe o medo e a exclusão, o preconceito ou outras práticas bizarras contrárias ao Espiritismo, não podem ser considerados como centros espíritas legítimos. CENTRO ESPÍRITA "KARDECISTA" (sobre o uso do termo kardecista , vide questão 44 ) Uma casa verdadeiramente espírita, como aqui já citado, não faz cobrança de nenhuma espécie. Outro ponto que distingue a doutrina dos Espíritos das demais doutrinas espiritualistas, é que o espiritismo não utiliza recursos externos para a realização de suas atividades, como velas, plantas, bebidas, charutos, cartas, búzios, indumentárias específicas ou quaisquer outros objetos. O espiritismo não tem nenhuma relação com trabalhos de magia ou feitiçaria; adivinhações; promessas de cura ou enriquecimento; amarrações (trazer a pessoa amada em 3 dias); banhos de ervas; limpeza energética mediante pagamento (a cobrança também é, comumente, chamada de energia de troca); imolação de animais, dentre outros. Aqui não estamos fazendo julgamentos ou qualquer juízo de valor referentes aos templos, casas, centros , instituições e federativas que trabalham dessa maneira. Nossas palavras buscam apenas ratificar que esse modo de agir não corresponde com a doutrina espírita e os ensinos de Jesus Cristo e Allan Kardec. Portanto, mesmo que uma casa traga em seu nome a nomenclatura espírita – centro espírita, templo espírita, casa espírita, kardecista, etc –, mas que pratica a cobrança, a obrigatoriedade de algo, que impõe o medo ou interfere direta ou indiretamente na vida e no livre arbítrio do próximo, ela, a instituição em si, não é verdadeiramente espírita. ¹ Cada centro espírita possui suas próprias especificações e inclinações. Alguns têm como foco o estudo das obras de Kardec e as palestras; outros abordam mais acentuadamente as terapêuticas voltadas para a saúde, como os passes e cirurgias espirituais; há casas cujo trabalho é direcionado para as cartas consoladoras (psicografia) e desobsessão; veremos também instituições que dão mais ênfase às questões sociais... São inúmeras as variedades referentes ao modo de atuação das casas espíritas, ficando a cargo de cada um, conhecer e optar pela instituição que melhor lhe aprouver. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 4: O Médium e a Casa Espírita Pergunta 34: Como identificar um centro espírita seguro e confiável para estudar e desenvolver a minha mediunidade? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 21ª edição. Editora Boa Nova, 2017.

  • 35. Na ausência de um centro espírita, como posso me orientar e desenvolver minha mediunidade?

    É válido ressaltar – ou relembrar – que a mediunidade não é exclusiva da doutrina espírita (muito menos foi criada por ela), estando presente em diversas religiões, culturas, etnias, meios sociais, etc. Existindo assim, provenientes de diferentes doutrinas e religiões, outras fontes de conhecimentos com relação aos fenômenos medianímicos e o seu desenvolvimento. Não obstante, apesar da mediunidade estar presente na seio da humanidade desde os primeiros passos do homem sobre a Terra, foi através de Allan Kardec – com o lançamento de O Livro dos Médiuns (1861) – que veremos a mediunidade sendo pesquisada de forma aprofundada e sensata, o que torna lícito dizer que o centro espírita é, de fato, o local mais indicado para o estudo e o desenvolvimento dos dons mediúnicos. Reconhecendo o  Livro dos Médiuns  como o ponto de partida mais seguro para o estudo da mediunidade, encontraremos nas casas espíritas o ambiente mais prudente para o desenvolvimento do mediunismo, além dos grupos de educação mediúnica sob a supervisão de instrutores competentes, experientes e versados no intercâmbio entre os planos físico e espiritual. Atualmente existem centros espíritas atuantes em todos os estados e capitais brasileiras, todavia, pode ocorrer que o médium não encontre uma casa espírita em sua circunvizinhança, no qual o centro mais próximo pode estar localizado em uma cidade vizinha e de difícil acesso; ou ainda, em outros casos, o aspirante a médium pode residir em outro país, onde não haja sequer uma casa espírita. Diante deste quadro, as 23 obras de Allan Kardec são sempre opções valiosas para o médium iniciar os seus estudos, obtendo assim, esclarecimentos referentes à mediunidade, espiritismo, reforma moral, dentre outros. Um ponto importante sobre essas obras é a sua acessibilidade, podendo ser encontradas, em sua maioria, de modo gratuito – ou a baixo custo – em diversos sites da internet. PRÁTICA MEDIÚNICA ISOLADA OU NO AMBIENTE DOMÉSTICO Frisamos ainda que não estamos aconselhando a prática mediúnica no ambiente doméstico ou de forma isolada , seja ela a psicofonia, psicografia, a assistência aos irmãos sofredores, o atendimento aos encarnados ou qualquer outra experimentação medianímica. O autor e pesquisador espírita Hermínio C. Miranda, em Diversidade dos Carismas , nos adverte ao escrever: “O médium que resolva, portanto, praticar suas faculdades no isolamento estará correndo sérios riscos de envolvimento indesejável com os mistificadores da invisibilidade. Os riscos não cessam, é claro, apenas porque ele se juntou a um grupo bem-intencionado, mesmo porque são muitos os que se deixam fascinar com impressionante facilidade por manifestações ou textos habilmente arranjados e atribuídos a nomes famosos e respeitáveis. O que protege médiuns e demais participantes desse tipo de envolvimento é a vigilância e a atenção com o teor, o significado e as implicações das manifestações.” Ainda na supracitada obra, Hermínio de Miranda reafirma o seu pensamento ao dizer que o médium que a pratica isoladamente está exposto a hábeis e envolventes mistificadores . Muitas vezes, nem percebe que já se encontra fascinado por mentirosos que se fazem passar por figuras importantes, assumindo indevidamente nomes que merecem respeito e acatamento. O QUE FAZER? Estamos falando aqui, de uma situação específica, na qual o médium encontra-se sem poder comparecer a uma casa espírita e está passando pelo revés do aflorar mediúnico. Desse modo, ao perceber as manifestações do aflorar mediúnico repetindo-se com frequência, o médium incipiente, privado de comparecer presencialmente a uma casa espírita, pode recorrer a leitura edificante por meio das obras acima citadas, para que dessa maneira, adquira conhecimentos básicos acerca da mediunidade e do espiritismo em si. A prece diária, o evangelho no lar, a prática constante da caridade e o estudo consciente das obras de Kardec, são ferramentas que auxiliarão o indivíduo a passar por esse despertar medianímico da forma mais branda possível.   Além dos livros aqui mencionados, que servem de base para o nosso estudo, encontramos ainda, na atualidade, algumas casas espíritas que oferecem de modo virtual, através da internet, cursos sobre espiritismo¹, além da prática das vibrações (preces) e o atendimento fraterno. Dessa maneira, mesmo sem ter uma casa espiritista nas proximidades da sua residência, o sujeito, apesar da distância, estará em contato com um centro espírita, e consequentemente, com o seu grupo de trabalhadores (encarnados e desencarnados), podendo receber o auxílio, o suporte, a terapêutica correta e as diretrizes necessárias diante dessa fase de eclosão mediúnica. ¹ Curso sobre Espiritismo (ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita ou EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita) é diferente de curso de educação mediúnica (GEM - Grupo de Estudo Mediúnico). Nesse caso, o curso de educação ou desenvolvimento mediúnico nas modalidades on-line, remota ou à distância, são desaconselháveis, para não dizer perigosos e estouvados, além de não condizer com as práticas prudentes abordadas pela doutrina dos Espíritos. Em suma, recomendamos ao médium em afloramento a leitura e o estudo sobre o espiritismo, em especial O Livro dos Médiuns , mas nunca o desenvolvimento medianímico isoladamente, no âmbito doméstico ou qualquer outro ambiente fora da casa espírita.  Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 4: O Médium e a Casa Espírita Pergunta 35: Na ausência de um centro espírita, como posso me orientar e desenvolver minha mediunidade? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

  • 36. Quais são os requisitos para o médium participar das sessões mediúnicas em instituições espíritas?

    A política de ingresso às reuniões mediúnicas é variável de acordo com cada instituição espiritista. Porém, o que quase todas apresentam em comum é o estudo teórico necessário antes mesmo do início da parte prática. Portanto, ninguém deve ser encaminhado para as salas mediúnicas sem antes passar por um estudo teórico mais aprofundado, ou muito menos, pessoas que estejam enfrentando um processo obsessivo ou em completo desajuste psíquico. Nesses casos, antes de quaisquer exercícios medianímicos, deve haver o socorro e o amparo a essas pessoas, para somente depois, caso desejem e apresentem condições – psíquicas e emocionais – , encaminhá-las aos grupos de estudos mediúnicos.  Nos centros espíritas, geralmente o modelo de estudo a ser seguido é chamado de GEM (Grupo de Estudos Mediúnicos), podendo haver outras nomenclaturas de acordo com cada instituição, porém, o objetivo é o mesmo. Os livros ofertados pela FEB Editora, a exemplo dos volumes Mediunidade: Estudo e Prática , frequentemente servem de suporte para estes estudos. Outros livros e apostilas também podem ser utilizados, não havendo obrigatoriedade em seguir o material disponibilizado pela Federação Espírita Brasileira (FEB). QUANTO TEMPO, EM MÉDIA, DURA O CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA? Os cursos de educação mediúnica costumam ter duração de dois anos, variando entre teoria e prática. O estudante do grupo de educação mediúnica contempla por volta de seis meses um roteiro teórico sobre espiritismo e mediunidade, e somente aos poucos, através de exercícios curtos de meditação, mentalização, harmonização, irradiação e percepções espirituais, vai aderindo e se habituando com a parte prática da mediunidade. O primeiro ano de estudo é voltado, em sua maioria, para a parte teórica, sendo, em média, 70% teoria e 30% prática. Já no segundo ano, a proporção é inversa, com 70% de prática e 30% de teoria, além dos estágios em salas mediúnicas que já estão em andamento. Concluída estas etapas, cada participante é direcionado a uma sala específica onde ingressará permanentemente em um núcleo de trabalho mediúnico. Vale ressaltar que o tempo proposto para o curso de educação mediúnica pode variar entre cada instituição. Há casas espíritas que ofertam cursos de apenas 6 meses, outras de 1 ano... O que é imprescindível, independentemente do tempo proposto por cada centro espírita, é que a teoria sempre anteceda a prática e que, em nenhuma circunstância, o responsável pelo grupo mediúnico permita o ingresso de pessoas aos grupos de trabalho que não tenham conhecimento prévio sobre o espiritismo e mediunidade. QUEM PODE PARTICIPAR DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA? Conforme exposto pela Federação Espírita Brasileira (FEB), o curso de desenvolvimento mediúnico, disponibilizado por quase todas as casas espíritas, é aberto aos jovens e adultos de todas as faixas etárias, desde que possuam conhecimento básico sobre Espiritismo. Para Divaldo Pereira Franco, no livro Diretrizes de Segurança – Mediunidade , o jovem ou adulto desejoso de reequilibrar-se, pode simultaneamente, enquanto estuda sobre o espiritismo, participar das atividades de desenvolvimento mediúnico. Ou seja, enquanto inicia seus estudos através do ESDE (Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita), poderá também participar do GEM (Grupo de Estudos Mediúnicos). Fica a critério da instituição espírita analisar e acompanhar individualmente cada caso e perceber quem está apto para ingressar concomitantemente em ambas as atividades. A MEDIUNIDADE TORNA-SE OSTENSIVA APÓS 2 ANOS DE CURSO? É sempre importante destacar que o curso de formação mediúnica não irá fazer eclodir a mediunidade em quem esse germe não é latente. Encontraremos ainda pessoas cujo germe da mediunidade existe, porém, mesmo após dois anos intensivos de GEM, a mediunidade não se manifesta de forma ostensiva, vindo isto ocorrer posteriormente, anos depois; o que nos mostra mais uma vez que a mediunidade acontece sempre no seu devido tempo e toda impaciência e fórmulas  para acelerar esse processo são estritamente perigosas, até mesmo pueris. Frisamos ainda que o curso de formação mediúnica não é exclusivo para os médiuns em desenvolvimento, mas para todos que desejam trabalhar nas reuniões mediúnicas (mesmo não possuindo mediunidade ostensiva), seja através do passe, da conversação com os Espíritos (dialogador) ou como médium de apoio (com preces e irradiações). QUAIS SÃO OS CRITÉRIOS PARA DETERMINAR SE O MÉDIUM ESTÁ APTO PARA PARTICIPAR DAS ATIVIDADES MEDIÚNICAS? Segundo a Federação Espírita Brasileira (FEB), o médium será considerado apto a se integrar ao grupo mediúnico quando: já consegue discernir, de forma geral, as ideias que lhe são próprias e as que são oriundas dos Espíritos comunicantes; apresenta bom controle (educação) emocional e psíquico, conduzindo-se com respeitabilidade durante as manifestações dos Espíritos; revela esforço de combate às imperfeições e oferece condições para se dedicar com afinco à tarefa; demonstra disposição para servir com desprendimento, mantendo-se atualizado em termos doutrinários. Sendo assim, compreendemos que não é somente a conclusão do curso de educação mediúnica que irá habilitar o médium para ingressar nas sessões de intercâmbio espiritual. Outros pontos também devem ser observados, desde o seu desejo sincero em servir a seara espírita; se possuí equilíbrio psíquico e emocional; dedicação ao estudo das obras espíritas, principalmente as de Allan Kardec; assiduidade e compromisso com as atividades da casa espírita, desde as obras assistenciais até as demais atividades relacionadas ao bom funcionamento do centro; entre outros. FORMAÇÃO CONTÍNUA Ser médium no dia a dia é entender que esse labor exige renúncias, sacrifícios, provações e bastante disciplina. A caridade ao próximo, nos dois lados da vida, não deve ser esquecida, e sim, praticada com amor e dedicação. O estudo mediúnico também não deve ser relegado ou esquecido, pois, a formação mediúnica é constante, mesmo após a conclusão do curso inicial de desenvolvimento/educação mediúnica na casa espírita. Na prática, veremos também que, as reuniões de amparo e consolo aos Espíritos sofredores e aflitos, assim como as reuniões desobsessivas, possui significativo papel para o médium, fazendo ressoar as fibras mais profundas do seu coração, desenvolvendo ou despertando emoções delicadas da sua alma, fazendo com que, pouco a pouco, virtudes como a caridade, a compaixão e outros sentimentos de solidariedade ganhem espaço em seu íntimo. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 4: O Médium e a Casa Espírita Pergunta 36: Quais são os requisitos para o médium participar das sessões mediúnicas em instituições espíritas? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MEDIUNIDADE : estudo e prática. Programa 1. / Marta Antunes de Oliveira Moura (organizadora). — 2. ed. — 1. imp. — Brasília: FEB, 2014. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA . Mediunidade. Disponível em: https://www.febnet.org.br/portal/2019/07/17/mediunidade/ . Acesso em: 11 maio 2022. FRANCO , Divaldo Pereira; TEIXEIRA, Raul. Diretrizes de Segurança - Mediunidade. InterVidas, 2012.

  • 38. O médium pode trabalhar, simultaneamente, em mais de um centro espírita?

    Na questão anterior ( vide questão 37 ) – cuja leitura recomendamos para um melhor entendimento em relação ao tema aqui explanado – pincelamos de modo resumido alguns episódios de médiuns espíritas que, por uma série de fatores, passam a trabalhar simultaneamente em diversas casas espíritas e/ou espiritualistas. Dando continuidade à nossa linha de raciocínio, destacamos abaixo alguns pontos relevantes sobre o conteúdo proposto. Em O Livro dos Médiuns  (cap. XX, questão 228), Allan Kardec já apontava que, muitas vezes, o orgulho é despertado no médium pelos que o cercam. Se ele tem faculdades um pouco transcendentes, é procurado e gabado e entra a julgar-se indispensável. Logo toma ares de importância e desdém, quando presta a alguém o seu concurso. Antes de mais nada, seria oportuno ao médium e aos demais trabalhadores espíritas que se encontrem nessa situação, ou que estejam pensando em trabalhar, de modo concomitante, em mais de um centro espírita e/ou espiritualista, se perguntarem: Quais motivos estão por trás dessa necessidade de querer trabalhar em diversas frentes espirituais? Será que essa vontade é estimulada por um orgulho oculto, no qual me sinto indispensável nas tarefas que pretendo participar? Existe alguma restrição quanto ao trabalho mediúnico em diferentes centros espíritas/espiritualistas? Eu sou capaz de conciliar, com a mesma qualidade, o trabalho em diversos centros? Os dirigentes das casas que frequento sabem que eu trabalho em outros locais de forma simultânea? Recebi da parte deles alguma instrução/orientação quanto a essa circunstância? Há alguma questão ética, moral ou psicológica que eu não esteja levando em consideração? Existe algum benefício real em trabalhar em diversas linhas espirituais ao mesmo tempo? Com base nas respostas acima, o médium são e consciente já é capaz de começar a discernir sobre a sua conduta. Porém, já podemos adiantar que o medianeiro espírita tem seu trabalho realizado com maior qualidade e excelência quando vinculado a uma única casa. Isso não o impede, quando além de médium também seja orador ou palestrante, de colaborar na programação de outras instituições ou, até mesmo, em trabalhos sociais distintos. AFINIDADE E SINTONIA Na vida e em qualquer lugar do universo, tudo é questão de sintonia. Sendo assim, é aconselhável ao medianeiro que busque a casa espírita – ou qualquer outro local – que ele mais sinta afinidade e identificação. No caso da equipe mediúnica, todos os membros devem manter entre si o sentimento de fraternidade, respeito, estima e união; não ocorrendo este preceito, estando um membro deslocado quanto à vigilância, já é o bastante para que o agrupamento esteja em desalinho e comprometido em sua estrutura. A este respeito, em Diversidade dos Carismas , o autor Hermínio C. Miranda destaca que “o trabalho mediúnico sério exige, de fato, ambientes reservados, severos padrões de disciplina, afinidades entre seus diversos membros , assiduidade e inúmeros outros componentes...” Na obra acima citada, Hermínio complementa ao dizer que a mediunidade não deve ser exercida senão com a sustentação de um grupo amigo e afim, harmonioso e equilibrado. Em todos os casos, é de suma importância que o médium encontre a casa e o grupo de trabalho que ele tenha apreço e afinidade (e que esses sentimentos sejam recíprocos), sendo este o melhor local para o desenvolvimento do seu trabalho espiritual. Se, por vezes, essa afinidade e harmonia diante da equipe mediúnica é difícil de se estabelecer quando o médium trabalha em apenas um grupo, imagina quando este participa de diversos grupos simultaneamente? Desse modo, como advertência, não recomendamos ao medianeiro a pretensão de querer compor vários agrupamentos mediúnicos ao mesmo tempo, principalmente em locais distintos, isto é, em diferentes casas espíritas e/ou espiritualistas. QUEM MUITO ABARCA, POUCO APERTA Embora Kardec não tenha abordado diretamente essa questão, trazemos a colaboração do livro espírita, em especial a obra Diretrizes de Segurança - Mediunidade , cuja colaboração do médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco nos é de grande valia acerca do assunto ventilado. Questão 117 . O que podemos pensar da atitude de muitos que, à guisa de cooperarem com vários Centros Espíritas, na segunda-feira, frequentam um trabalho num determinado Centro; na terça estão num trabalho mediúnico, noutro Centro; na quarta-feira num terceiro, e assim sucessivamente? RESPOSTA DE DIVALDO FRANCO: "Há um ditado que diz: 'quem muito abarca, pouco aperta'. Quem pretende fazer tudo, faz sempre mal todas as coisas. Por que essa pretensão de ajudar a todos? Se cada um cumprir com seu dever, com dedicação, no local em que o Senhor o colocou, estará realizando um trabalho nobilitante. A presunção de atender a todos é, de certo modo, uma forma de autossuficiência, pois quem assim age acredita que, não estando em algum lugar, as coisas ali não irão bem. E quando desencarnar? Então é melhor vincular-se a um grupo de pessoas que lhe sejam simpáticas, para que as reuniões sérias, de que trata O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, possam produzir os frutos necessários e desejados." Podemos concluir, através da coerência de pensamento acima apresentada, que o médium (ou qualquer outro trabalhador espírita) deve: Ter foco e dedicação no trabalho que pretende realizar: Trabalhando em um único local, o sujeito é capaz de dedicar mais tempo, energia e esmero ao ofício proposto. Isso faz com que as tarefas realizadas por seu intermédio tenham mais qualidade. Modéstia e humildade: Por que essa pretensão de ajudar a todos? Reconheça que nem todos os problemas podem ser solucionados por você. Procure auxiliar quando possível, mas não se sobrecarregue com responsabilidades que não lhe cabe, isto é, não tenha a pretensão ou a ilusão de que, sem a sua participação, as coisas não podem correr bem. E quando desencarnar? Afinidade: Busque estar vinculado a um grupo de pessoas com interesses e valores semelhantes, que lhe sejam simpáticas e cuja estima lhe seja recíproca. CASAS ESPÍRITAS x TEMPLOS ESPIRITUALISTAS Como já abordamos anteriormente, a mediunidade não foi criada pelo espiritismo, muito menos, é restrita as casas e centros espiritistas. Desse modo, teremos diversas outras religiões e doutrinas cujo intercâmbio com o mundo espiritual é parte dos seus ritos de trabalho e, em muitos casos, veremos médiuns espíritas atuando em distintas frentes espirituais. Em uma palavra: além da casa espírita, o médium também trabalha, por exemplo, em centros umbandistas ou de candomblé simultaneamente... Desde já, não queremos dizer que uma vertente seja melhor do que a outra, pois entendemos que todos os caminhos levam a Deus, assim como todos devem estimar-se como verdadeiros irmãos, filhos de um mesmo Pai e membros de uma grande família. A única ressalva, além das acima apresentadas, é no tocante a afinidade. Se a afinidade é um dos pilares para que uma reunião mediúnica ocorra de forma séria e elevada, além das advertências tão bem explanadas por Kardec, como poderia o mesmo médium manifestar singular harmonia nos diversos ambientes em que trabalha, se essas variadas frentes em que ele atua apresentam diretrizes e filosofias diferentes e, por vezes, contrárias entre si? Por um lado, o espiritismo prega – a título de exemplo – a gratuidade em seus atendimentos, sendo que essa mesma diretriz não é seguida por outras linhas que se utilizam da mediunidade para suas ações de trabalho. Aqui não levanto o mérito de certo ou errado, apenas abordo as diferenças filosóficas entre o que nos deixou Allan Kardec – por meio da codificação –, e a maneira de agir apresentada por outras doutrinas/religiões mediúnicas. Como conciliar moral, ética e energeticamente essas diferenças de atuação? Em vista disso, é fundamental que o médium tenha o discernimento para escolher a casa e o local de trabalho espiritual que ele mais tenha simpatia e afeição, isto é, que ele mais goste, que mais se sinta à vontade e bem acolhido. Escolhendo à sua casa de coração, independentemente de qual religião ou doutrina ela venha a pertencer, o medianeiro pode entregar-se com mais desvelo, amor, carinho e comprometimento. Logo, médium amigo, se ainda não sabes onde queres fortalecer as tuas raízes, roga a Deus a sabedoria e busca sentir no teu coração os impulsos divinos, que, sem dúvidas, encontrarás o teu posto de serviço. No fim das contas, a lei de sintonia e afinidade nunca falha e, com isso, ingressamos de forma amiúde sempre onde encontramos os nossos pares energéticos, ou seja, sempre estaremos cercados por aqueles que estejam em nossa mesma vibração (encarnados e desencarnados), com os mesmos propósitos, sempre de acordo com o nosso momento evolutivo, seja ele espiritual, intelectual ou moral.  Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 4: O Médium e a Casa Espírita Pergunta 38: O médium pode trabalhar, simultaneamente, em mais de um centro espírita? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. FRANCO , Divaldo Pereira; TEIXEIRA, Raul. Diretrizes de Segurança - Mediunidade. InterVidas, 2012.

  • 40. Quais são as características de um bom dialogador?

    Doutrinador, dialogador, orientador ou médium esclarecedor, são alguns dos termos comumente utilizados para descrever o trabalhador espírita responsável pelo diálogo, orientação, educação e esclarecimento acerca dos princípios e ensinamentos da doutrina espírita, tanto para os Espíritos desencarnados, como os encarnados, em uma reunião mediúnica. Em O Livro dos Médiuns , Kardec nos oferece valiosas diretrizes para a execução de uma reunião mediúnica com propósito sério e elevado – evitando a frivolidade e o uso da mediunidade para fins egoístas ou triviais –, bem como, da importância de instruir e orientar os Espíritos que estejam necessitados de esclarecimentos, etc. Porém, no decorrer da codificação espírita não iremos encontrar, em nenhuma das 23 obras assinadas por Kardec, qualquer menção direta ao termo doutrinador ou quaisquer outras variáveis desse vocábulo. Desse modo, é bem provável que, à medida que a doutrina dos espíritos tenha se expandido, principalmente em solo brasileiro, as atividades ocorridas nos centros espíritas, dentre elas as reuniões mediúnicas, tenham sofrido algumas reformulações, sendo melhores estruturadas e organizadas. Essa sistematização foi a responsável por definir e distribuir os trabalhadores espíritas em suas respectivas funções, dentre eles: os médiuns ostensivos, dialogadores, dirigentes, passistas, oradores, etc. Foi de forma natural e gradativa que, muito provavelmente, o termo doutrinador tenha se tornado popular dentro do movimento espírita brasileiro, sendo usado de modo informal para designar o responsável por dialogar e esclarecer os Espíritos em atendimento. Embora não exista um registro específico – até o presente – de quando e onde essa expressão tenha sido usada pela primeira vez, sua origem e utilização estão intimamente ligadas ao desenvolvimento e à prática da mediunidade nos centros espíritas, bem como da organização e sistematização adotada pelo movimento espírita em expansão. Já no Brasil, autores e oradores espiritistas como Chico Xavier e Divaldo Franco, por exemplo, sempre destacaram – em seus livros e/ou palestras – a importância de um orientador experiente frente as sessões mediúnicas, o que contribuiu para a popularização e a formalização do papel do dialogador em uma reunião espírita. Estando a par desses informes históricos, passemos as principais características que um dialogador precisa possuir – ou ao menos se esforçar para possuir – perante as responsabilidades assumidas diante do grupo mediúnico e da causa espírita. CARACTERÍSTICAS DE UM BOM DIALOGADOR Conhecimento acerca do Espiritismo e das obras de Allan Kardec; Conhecimento e Prática da Mediunidade: Um bom dialogador deve possuir conhecimento no que diz respeito a mediunidade e seus diversos tipos e especificações, além dos processos medianímicos; O bom dialogador deve possuir equilíbrio emocional, mantendo a calma e a serenidade, mesmo em situações de tensão ou conflito durante as sessões mediúnicas; Sabe ouvir atentamente o que lhe é dito, respondendo de maneira adequada por meio de um diálogo construtivo e respeitoso. Vive e pratica o que diz: um bom doutrinador deve exemplificar os princípios espíritas em sua própria vida, demonstrando moralidade, ética e integridade. Ao conversar, faz isso de modo coloquial (informal), comunicando-se de forma clara, objetiva e acessível, evitando jargões e termos complicados que possam confundir os participantes ou os Espíritos. Não usa tom salvacionista ou catequizador; Fica atento a humildade, para não se deixar levar pelo ego, querendo se mostrar como superior; sabe reconhecer seus próprios limites, além de estar sempre disposto a aprender e melhorar; Evita diálogos longos, debates intelectuais e discussões inconsequentes; Seu diálogo é voltado para o socorro, despertando o Espírito em atendimento para o momento em que se encontra. Desinteresse Material: O doutrinador deve realizar seu trabalho de forma voluntária, sem buscar ganhos financeiros ou quaisquer tipos de vantagens pessoais, seja através da própria espiritualidade (favores ou méritos que possa pensar em obter), como também do meio social em que está inserido; Trabalho em Equipe: Deve saber trabalhar em harmonia com os demais membros da equipe mediúnica, respeitando e valorizando as contribuições de cada um; Paciência e persistência: Paciência para lidar com Espíritos de diversas estirpes e para esclarecer dúvidas recorrentes dos participantes; persistência para continuar firme no seu papel, mesmo diante de desafios ou dificuldades. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 4: O Médium e a Casa Espírita Pergunta 40: Quais são as características de um bom dialogador? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.

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