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07. A mediunidade é considerada como um dom ou um castigo?

A mediunidade é uma faculdade neutra, sendo o seu detentor, responsável direto pelo bom ou mau uso que dela venha a fazer. Para muitos, a mediunidade pode ser uma benção, uma ponte que se estende ao seu desenvolvimento moral e intelectual; para outros, a mediunidade é um sofrimento, um martírio. Em ambos os casos, a mediunidade é uma ferramenta que auxilia o progresso do seu usufrutuário e consequentemente, do planeta, da humanidade.

Imagem colorida e de alta resolução de Allan Kardec, com um fundo escuro semelhante a uma lousa escolar. A imagem destaca o retrato de Kardec em um estilo detalhado e nítido.
A mediunidade é considerada como um dom ou um castigo?

Para Emmanuel¹, mentor espiritual de Chico Xavier, os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso.


Dando continuidade, escreve Emmanuel:


“O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos. Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude.”


E conclui dizendo que os médiuns “são almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia.”


Portanto, os medianeiros, em sua maioria, não são seres aureolados ou altamente evoluídos e distintos, mas criaturas renitentes no erro, na dor e nas quedas de suas próprias ações.



MEDIUNATO


Por outro lado, há médiuns – que através de um longo caminho de trabalho e dedicação ao bem, além dos sacrifícios a que se consagraram – portadores de um mandato mediúnico (mediunato), isto é, uma reencarnação cuja mediunidade tem como missão um projeto mais amplo de auxílio e dedicação ao próximo. Como exemplo dessa mediunidade missionária, trazemos à lembrança a figura do saudoso Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier).


Longe dos holofotes, trabalhando no anonimato, também há médiuns missionários, cuja responsabilidade é proporcional ao fardo que a sua evolução condiz. Sendo assim, cada médium tem um trabalho a cumprir e a desenvolver, independentemente da função, proporção ou local no qual a Divindade o designou.


Para enfatizar, gostaríamos de trazer a lume as palavras do benfeitor Miramez no livro Segurança Mediúnica:


“O dom mediúnico é um tesouro que não foi achado por acaso nos escaninhos da alma, mas conquistado, passo a passo, nos duros processos da evolução do Espírito, onde as mãos de Deus semearam os princípios vivos do amor.”



MEDIUNIDADE NÃO É PRIVILÉGIO


A mediunidade é um dom de Deus que nos é concedido com o objetivo de auxiliar o nosso progresso; é uma dádiva para quem sente em seu coração o desejo de se melhorar e de ajudar o próximo.


Compartilhando desse pensamento, em Diversidade dos Carismas, o autor Hermínio de Miranda diz que a “mediunidade não é privilégio concedido a alguns e negado a outros para que aqueles possam projetar-se e estes não. As faculdades são distribuídas segundo um programa de ação previamente acertado como instrumento de trabalho para ajudar o processo evolutivo do próprio médium e dos seres aos quais ele estender a mão para socorrer. É, portanto, responsabilidade e não título de nobreza ou destaque social.”


Os dons mediúnicos são bênçãos na vida de quem já despertou para as realidades do espírito e compreende que a caridade é o único meio do homem se desvencilhar (desprender, libertar) das suas inferioridades, tais como, o orgulho, o egoísmo, o ódio, o rancor, a inveja, a cupidez, etc.


A mediunidade é a voz de Deus que ressoa nas fibras mais íntimas do nosso coração, mostrando-nos o caminho da luz. Até mesmo os que possuem uma mediunidade torturada, provacional, podem e devem enxergar essa oportunidade como redenção, pois através desse processo, vamos despertando para as consequências das nossas próprias ações, e assim, nos corrigindo, parando de insistir nas armadilhas (criadas por nós mesmos) que nos prendem ao sofrimento.



 


Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima.

Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 07: A mediunidade é considerada como um dom ou um castigo? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.



 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


¹XAVIER, Francisco Cândido (psicografia). Emmanuel. Emmanuel (espírito). FEB Editora, 2010.

MAIA, João Nunes (psicografia). Segurança Mediúnica. Miramez (espírito). Fonte Viva, 2ª edição, março de 2015.

MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

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