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05. A mediunidade foi criada pelo Espiritismo?

O termo espiritismo foi criado por Allan Kardec e só veio a lume (tornando-se conhecido) em 18 de abril de 1857, com o lançamento da primeira edição de O Livro dos Espíritos. O codificador da doutrina espírita também foi o responsável por observar e estudar o fenômeno mediúnico. Através desse estudo, Kardec deixou em seu legado a obra mais completa acerca da mediunidade, intitulada O Livro dos Médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores (1861), o que nos permitiu um contato mais seguro, profundo, coerente, proveitoso e lógico com o mundo espiritual.

Kardec com expressão séria, em um fundo monocromático.
A mediunidade foi criada pelo Espiritismo?

A importância da obra de Kardec em relação à mediunidade é tão grandiosa, que muitos – erroneamente – chegam a acreditar que a mediunidade apenas surgiu com o advento do espiritismo.


Em O Livro dos Médiuns (cap. XXXI), Kardec diz que o dom da mediunidade é tão antigo quanto o mundo. Os profetas eram médiuns. Os mistérios de Elêusis se fundavam na mediunidade. Os Caldeus, os Assírios tinham médiuns. Sócrates era dirigido por um Espírito que lhe inspirava os admiráveis princípios da sua filosofia; ele lhe ouvia a voz. Todos os povos tiveram seus médiuns e as inspirações de Joana d’Arc não eram mais do que vozes de Espíritos benfazejos que a dirigiam.


De acordo com o autor espiritual André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, pela psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, a mediunidade acompanha o homem desde os seus primeiros passos sob a humanidade; a intuição foi o sistema inicial de intercâmbio entre os planos físico e espiritual, evoluindo para o desdobramento (libertação parcial do perispírito através do sono), até chegar às manifestações ostensivas dos dias atuais.


Conforme nos esclarece o instrutor Aulus, por meio do livro Nos Domínios da Mediunidade (André Luiz/Chico Xavier), o fenômeno mediúnico não é novo. Nova é tão somente a forma de mobilização dele.


Já Manoel Philomeno de Miranda, na obra Mediunidade: Desafios e Bênçãos, pela psicografia de Divaldo Franco, nos diz que na raiz de quase todos os acontecimentos históricos encontramos a inspiração das mentes desencarnadas interferindo nos comportamentos humanos de maneira eficiente e vigorosa.



MEDIUNIDADE NA BÍBLIA


Dessa forma, podemos entender que a história da humanidade está repleta de fenômenos e manifestações mediúnicas. Na bíblia encontramos diversas passagens decorrentes da mediunidade, tais como: - a mão misteriosa que apareceu e escreveu durante o banquete do rei Baltazar; - a consulta mediúnica que o rei Saul dirigiu ao espírito do profeta Samuel; - a anunciação do nascimento de Jesus, onde Maria, sua mãe, recebe a visita do anjo Gabriel; - a transfiguração de Jesus diante dos apóstolos Pedro, Tiago e João (todos os doze apóstolos eram médiuns), além da materialização de Moisés e Elias; - a libertação de Pedro por meio de um anjo;

- a conversão de Saulo no caminho de Damasco;

- as visões do apóstolo João acerca do apocalipse, etc.


Temos ainda a mediunidade extraordinária do profeta Moisés, que permitiu ao mensageiro divino realizar grandes feitos, sendo o mais importante o recebimento dos dez mandamentos, que até hoje inspiram e servem de base de toda a justiça do mundo.


Vale frisar que nas biografias autorizadas pela própria Igreja Católica também há relatos de fenômenos mediúnicos nos chamados santos, dentre os quais destacamos:


Santa Luzia (?-303) – Médium vidente, de cura e de premonição. Tinha visões dos Espíritos de Santa Ágata e de outras entidades espirituais. Com o auxilio dessas entidades, realizou diversas curas em Catânia. Certa vez, perseguida pelo imperador Diocleciano, para que se convertesse ao paganismo, teve seu corpo jogado ao fogo, mas nada lhe ocorreu, parecendo imune às chamas; retirada do fogo, o imperador mandou então que lhe arrancassem os olhos, e ao recebê-los em um prato, percebeu que no rosto de Luzia haviam brotados outros olhos mais lindos e perfeitos que os anteriores.


Santa Brígida (1302-1373) – Dentre as suas mediunidades, destacamos a vidência, clarividência, psicofonia, xenoglossia e a psicografia. Através da sua mediunidade, apresentou inúmeras mensagens dos Espíritos desencarnados para os seus familiares. Suas visões mediúnicas foram registradas na obra O Livro das Revelações. Santa Brígida, perante as autoridades do clero a sua época, assumia de forma clara e direta, que era porta-voz dos Espíritos.


Santa Teresa D´Ávila (1515-1582) – Médium vidente e audiente. Sobre suas visões, dizia que era possível ver sem os olhos do corpo. Como sabemos, o médium enxerga os Espíritos através da alma e não pelos olhos físicos, o que lhe permite enxergar tanto de olhos abertos, como fechados. Dentre os Espíritos que costumava enxergar, destacam-se os nomes de Antônio de Pádua, Frei Pedro de Alcântara, Jesus e São Francisco de Assis.

Em suas histórias de vida, também encontramos a mediunidade presente nas figuras de Dom Bosco, Santa Clara, Teresa Neumann, Santa Margarida Maria Alacoque, São Francisco de Assis, São Vicente de Paulo, São Pedro de Alcântara, Santa Joana D´Arc , Sto. Antônio de Pádua (de Lisboa) e Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux).


Em síntese, podemos perceber que o intercâmbio com o mundo espiritual sempre existiu, sendo constante no decorrer da história da humanidade. É quase impossível imaginar que o orbe terrestre tenha evoluído sem a influência dos emissários celestes. Assim como o planeta e os seus habitantes, a mediunidade também vem evoluindo no decorrer do tempo, passando do seu uso primitivo (mediunidade tribal, fetichismo, oráculos e iniciados), até os dias atuais, onde já temos ciência (após a publicação de O Livros dos Médiuns) das leis que regem a mediunidade.



 


Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima.

Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 05: A mediunidade foi criada pelo Espiritismo? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.


 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns (cap. XXXI). Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.

XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (psicografia). Evolução em Dois Mundos. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018.

XAVIER, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018.

FRANCO, Divaldo (psicografia). Mediunidade: Desafios e Bênçãos. Manoel Philomeno de Miranda (espírito). Editora LEAL, 2019.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Daniel 5:1-8. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Samuel 28:1-25. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Lucas 1:26-38. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Mateus 17:1-9. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Atos 12:1-24. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Atos 9:1-18. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Apocalipse 1:9-20. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Êxodo 20:1–22. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.

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