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34. Como escolher um centro espírita seguro e confiável para estudar e desenvolver a minha mediunidade?

“Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo.” (Espírito da Verdade. Paris, 1860 | O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Imagem colorida e de alta resolução de Allan Kardec, com um fundo escuro semelhante a uma lousa escolar. A imagem destaca o retrato de Kardec em um estilo detalhado e nítido.
Como escolher um centro espírita seguro e confiável para estudar e desenvolver a minha mediunidade?

O local mais indicado e seguro para o estudo e o desenvolvimento da mediunidade é, sem dúvidas, uma casa espírita. Dizemos isso, pois a Doutrina Espírita foi – e ainda é – a responsável por nos trazer um grande acervo de livros confiáveis referentes à mediunidade e a espiritualidade em geral. Dentre essas obras de inegável valor destacamos – como referência principal e inigualável – o compilado de estudos, questionamentos e experimentações que culminaram na publicação de O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, por Allan Kardec em 1861, além dos livros psicografados por Francisco Cândido Xavier e de outros médiuns/autores idôneos.


Kardec nos deixou um legado, bem como um aconselhamento pétreo, incitando-nos ao estudo e instrução. À vista disso, vemos hoje em quase todos os templos espiritistas, cursos voltados para o estudo da mediunidade (e espiritismo em geral), tendo como auxiliadores desse processo, pessoas experientes na lide mediúnica, trabalhadores espíritas versados, além da própria espiritualidade superior que organiza e acompanha cada encontro com esmero.

PRECISA SER FILIADO A FEB?

O primeiro ponto que pode nos auxiliar a identificar um centro espírita – que segue a codificação de Allan Kardec – é a sua filiação a Federação Espírita Brasileira (FEB). Tal credenciamento tem como objetivo a unificação e o fortalecimento dos ideais espíritas no Brasil, e nunca uma obrigatoriedade. Dessa forma, entendemos que existem muitas casas sérias, genuinamente espíritas, que preferem seguir sem serem filiadas à FEB ou qualquer outra instituição, e nem por isso, deixam de ser bons locais para se recorrer, estudar, frequentar ou trabalhar.

A CASA ESPÍRITA PODE COBRAR MENSALIDADES?

Outro elemento que nos ajuda a reconhecer uma casa propriamente espírita, quiçá o mais importante, é o fato de não haver cobranças de nenhum gênero (dinheiro ou qualquer outra obrigatoriedade de pagamentos ou recompensas) para que o devido amparo seja ministrado. Para angariar fundos e pagar suas despesas, as casas espiritistas geralmente recorrem aos bazares, rifas, doações voluntárias, venda de livros, dentre outros. Ou seja, todas as atividades da casa espírita devem ser gratuitas, inclusos aqui o acesso as palestras, passes e estudos em geral.


Infelizmente temos visto algumas casas espíritas, filiadas à FEB ou não, cobrarem mensalidades – ou semestres inteiros – para que os médiuns e frequentadores participem de atividades como palestras, passes, reuniões mediúnicas, seminários, festividades e estudos. Em muitos casos o indivíduo pode ser impedido de frequentar a casa ou ser excluído de certas atividades por não dispor da colaboração exigida, isto é, por não pagar – ou não poder pagar – o valor que a instituição impõe.


A sensatez também nos diz que a gratuidade oferecida por certos locais, não os qualifica integralmente como recintos sérios e confiáveis, ficando o alerta do bom senso e da vigilância para os que ali buscam ingressar.

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CENTRO ESPÍRITA

É válido lembrar que cada centro espírita possui suas características próprias e que o neófito deve optar por um centro que esteja em sintonia com suas necessidades e anseios¹. Desse modo, sem a intenção de nos limitarmos ou esgotarmos os devidos pré-requisitos, compreendemos como um bom centro espírita, aqueles que possuem os seguintes caracteres básicos:


1 – Estudo aprofundado das obras de Allan Kardec e de outros autores espíritas idôneos e sérios;

2 – Pureza doutrinária: fidelidade aos princípios da doutrina espírita, sem distorções ou interpretações pessoais;

3 – Gratuidade em todas as formas de assistência social e espiritual, como passes, palestras, evangelização infantil, atendimento fraterno, visitas a enfermos, etc;

4 – Atendimento fraterno e caridoso a todos que o procurem, sem distinção de nenhuma espécie;

5 – Ensino e desenvolvimento da mediunidade de forma segura e responsável, com base nos princípios da Doutrina Espírita;

6 – Palestras, estudos e reflexões sobre os ensinamentos de Jesus e Kardec, objetivando o desenvolvimento do autoconhecimento e a transformação moral e intelectual do indivíduo;

7 – Receptividade a pessoas de diferentes crenças, origens, classes sociais, dentre outras;

8 – Participação ativa na comunidade local, através de ações de caridade e projetos sociais;

9 – Evita dogmatismo, proselitismo e fanatismo;

10 – Quando possível, que disponha de uma biblioteca com livros espíritas à disposição dos frequentadores.

11 – Funcionamento organizado e transparente, com diretoria atuante e responsável;

12 – Recursos financeiros administrados com ética e responsabilidade; Prestação de contas clara e regular aos frequentadores;


De modo contrário, todo centro ou casa espírita – independentemente da fama ou do nome que possui – que faz o uso da mediunidade com fins lucrativos, alimentando pautas sensacionalistas e místicas, que pregam a obrigatoriedade de algum pagamento, que buscam prejudicar alguém, que impõe o medo e a exclusão, o preconceito ou outras práticas bizarras contrárias ao Espiritismo, não podem ser considerados como centros espíritas legítimos.



CENTRO ESPÍRITA "KARDECISTA" (sobre o uso do termo kardecista, vide questão 44)

Uma casa verdadeiramente espírita, como aqui já citado, não faz cobrança de nenhuma espécie. Outro ponto que distingue a doutrina dos Espíritos das demais doutrinas espiritualistas, é que o espiritismo não utiliza recursos externos para a realização de suas atividades, como velas, plantas, bebidas, charutos, cartas, búzios, indumentárias específicas ou quaisquer outros objetos.


O espiritismo não tem nenhuma relação com trabalhos de magia ou feitiçaria; adivinhações; promessas de cura ou enriquecimento; amarrações (trazer a pessoa amada em 3 dias); banhos de ervas; limpeza energética mediante pagamento (a cobrança também é, comumente, chamada de energia de troca); imolação de animais, dentre outros.


Aqui não estamos fazendo julgamentos ou qualquer juízo de valor referentes aos templos, casas, centros, instituições e federativas que trabalham dessa maneira. Nossas palavras buscam apenas ratificar que esse modo de agir não corresponde com a doutrina espírita e os ensinos de Jesus Cristo e Allan Kardec.


Portanto, mesmo que uma casa traga em seu nome a nomenclatura espírita – centro espírita, templo espírita, casa espírita, kardecista, etc –, mas que pratica a cobrança, a obrigatoriedade de algo, que impõe o medo ou interfere direta ou indiretamente na vida e no livre arbítrio do próximo, ela, a instituição em si, não é verdadeiramente espírita.



 


¹ Cada centro espírita possui suas próprias especificações e inclinações. Alguns têm como foco o estudo das obras de Kardec e as palestras; outros abordam mais acentuadamente as terapêuticas voltadas para a saúde, como os passes e cirurgias espirituais; há casas cujo trabalho é direcionado para as cartas consoladoras (psicografia) e desobsessão; veremos também instituições que dão mais ênfase às questões sociais... São inúmeras as variedades referentes ao modo de atuação das casas espíritas, ficando a cargo de cada um, conhecer e optar pela instituição que melhor lhe aprouver.



 


Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima.

Capítulo 4: O Médium e a Casa Espírita

Pergunta 34: Como identificar um centro espírita seguro e confiável para estudar e desenvolver a minha mediunidade?

Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.



 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 21ª edição. Editora Boa Nova, 2017.

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