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09. Como surge a mediunidade?

Entendemos a mediunidade como uma faculdade espiritual e, simultaneamente, como uma predisposição orgânica, isto é, a mediunidade é um dom natural inerente ao homem e tem sua matriz localizada no perispírito. Como ela é natural, seu tempo de afloramento e despertar também são naturais e isso ocorre de modo distinto entre os médiuns, de acordo com o planejamento reencarnatório de cada indivíduo.

Imagem colorida e de alta resolução de Allan Kardec, com um fundo escuro semelhante a uma lousa escolar. A imagem destaca o retrato de Kardec em um estilo detalhado e nítido.
Como surge a mediunidade?

A mediunidade é uma faculdade que vai se aprimorando de acordo com as sucessivas reencarnações do indivíduo. Dado o instante em que ela se tornará mais ostensiva para o exercício no plano terrestre, os técnicos e instrutores espirituais que se encarregam da respectiva reencarnação, projetam um corpo físico compatível com o tipo de medianimidade que cada médium irá desempenhar.


Chegado o momento em que a faculdade mediúnica começa a demonstrar sinais mais perceptíveis, temos aí o que muitos chamam de eclosão da mediunidade.


Conforme descrito no módulo II, tema 1 do livro Mediunidade: Estudo e Prática da Federação Espírita Brasileira (FEB), a eclosão da mediunidade é o início ou aparecimento de fenômenos resultantes da capacidade de uma pessoa (médium) entrar em contato com seres de outra dimensão, os chamados “mortos”, que, em linguagem espírita, são os desencarnados, seres humanos que estão fora da carne, isto é, não têm o corpo físico.



ECLOSÃO DA MEDIUNIDADE

A mediunidade pode se manifestar de duas formas diferentes:


1) A primeira ocorre de forma espontânea; por surgir de forma natural e gradativa, a mediunidade espontânea não acarreta grandes desconfortos para o médium principiante, sejam eles físicos ou emocionais.


2) A segunda acontece sob o prisma provacional. Eclodindo muitas vezes de modo abrupto e inesperado, o médium em fase inicial sente o revés que atinge seu corpo físico, podendo acontecer perturbações espirituais e desordem emocional. Devido ao estado evolutivo que ainda nos encontramos, a eclosão provacional (marcada por sofrimentos, perturbações emocionais e fisiopsiquicas) é a mais comum de ocorrer.


Segundo Manoel Philomeno de Miranda (Mediunidade: Desafios e Bênçãos, por Divaldo Franco), a mediunidade, frequentemente, surge de forma violenta, sendo necessária a educação dessa faculdade por meio da disciplina. Ela também pode eclodir de forma leve e suave, expandindo-se gradativamente à medida que o indivíduo desenvolve capacidades psíquicas compatíveis com o exercício medianímico.


CULPA DA MEDIUNIDADE?


De fato, algumas mediunidades ao eclodirem trazem consigo certos desconfortos ou inconvenientes. Esses tormentos que se tornam mais perceptíveis com o aflorar mediúnico não têm sua causa na mediunidade em si, mas no comportamento moral da pessoa que dela seja portadora.


Isso ocorre porque, em muitos casos, a eclosão da mediunidade tem um caráter provacional e o médium ainda não possui valores morais acentuados. Não raramente, o médium em fase inicial sequer possui o hábito da prece (a prece sincera, humilde e de coração; não a mecânica, dos lábios pra fora).


Além do mais, como bem destaca Hermínio de Miranda, em Diversidade dos Carismas, “a fenomenologia que ocorre nessa primeira fase quase nunca é disciplinada e de elevado teor espiritual. A mediunidade raramente começa com a manifestação suave de entidades de elevada condição evolutiva.”


Aos primeiros rudimentos do surgimento da mediunidade, é sempre comum que os Espíritos – nessa fase inicial – que costumam se apresentar, sejam de baixa elevação, isto é, entidades sofredoras, perspicazes ou violentas que se afinizam e sintonizam com a vibração do médium em desabrochar. Elevando – o médium – o seu padrão mental, moral e evolutivo, ocorrerá, como por encanto, a seleção natural dos tipos de Espíritos que ele passará a sintonizar em seu dia a dia.


Isso não significa que o médium irá deixar de estabelecer algum tipo de intercâmbio com Espíritos dessa estirpe (nossos irmãos sofredores e ainda sem esclarecimento), pois um dos principais objetivos da mediunidade é o amparo a essas entidades. Porém, esse auxílio passa a ocorrer nas reuniões de desobsessão na casa espírita e/ou durante o sono via desdobramento, não mais às claras, durante o dia ou em qualquer lugar, diminuindo também o mal-estar e outras perturbações e alterações psíquicas.



PROCURANDO A CASA ESPÍRITA


Percebendo os primeiros sinais de manifestações extrafísicas, muitos são os que procuram as casas espíritas em busca de auxílio e instrução. Importante dizer que nem todos os que buscam os centros espiritistas informando variadas situações em sua rotina diária – associando a causas espirituais – são de fato médiuns, obsedados ou enfermos espirituais. Portanto, não seria lógico, sensato ou prudente encaminhar todas essas pessoas as salas de estudo mediúnico assim que se apresentem as respectivas unidades espiritistas.


É preciso examinar caso a caso. Verificando onde realmente ocorrem interferências espirituais, se é verdadeiramente uma eclosão da mediunidade, e até mesmo, se tais relatos não são oriundos de algum distúrbio psíquico ou fantasioso.


Aos portadores de algum tipo de mediunismo, bem como os demais companheiros tidos como não médiuns, assim como os obsedados e enfermos orgânicos, o mais indicado – a princípio – é a reestruturação mental do sujeito, ajudando-o através dos passes, palestras, do evangelho no lar, da água fluidificada e do esclarecimento, para somente depois facultar o seu ingresso nas salas de estudos espíritas e mediúnicos (se realmente for essa a sua vontade).



FENÔMENO OCASIONAL


Em Diversidade dos Carismas, o autor Hermínio C. Miranda, nos adverte ao dizer que “um ou outro fenômeno espontâneo e ocasional não precisa ser tomado como indício de mediunidade a ser desenvolvida e praticada, dado que todos nós, seres encarnados, temos certo grau de sensibilidade e estaremos sujeitos a episódios mediúnicos esparsos.”


Dando continuidade ao seu pensamento, na obra acima exposta, conclui Hermínio de Miranda:


“Quando, porém, começam a ocorrer com certa frequência necessitam de atenção, cuidados e esclarecimentos que dificilmente o iniciante tem condições de prover por si mesmo. O mais comum é que comece a rejeitar os fenômenos, seja porque tenha assumido uma atitude preconcebida quanto a eles - ceticismo, convicções materialistas ou ortodoxo-religiosas -, seja porque teme as manifestações ou as considere como sintomas de perturbação mental. São muitos, portanto, os obstáculos iniciais que a mediunidade encontra logo nas suas primeiras manifestações.”


Em suma, não é porque o sujeito alega ter visto uma única vez o Espírito do falecido avô que ele venha ser, de fato, médium ostensivo. Se, porém, esses fenômenos passarem a ser mais comuns e rotineiros, aí sim será preciso um olhar mais atento sobre essa situação, buscando verificar o que realmente está ocorrendo, iniciando a terapêutica correta para cada quadro. E para isso, a casa espírita será sempre uma boa aliada para esse e outros tipos de ajuda.



 


Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima. Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo

Pergunta 09: Como surge a mediunidade? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.



 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MOURA, Marta Antunes de Oliveira (org.). Mediunidade: estudo e prática. Programa 1. 2. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2014.

FRANCO, Divaldo (psicografia). Mediunidade: Desafios e Bênçãos. Manoel Philomeno De Miranda (espírito). Editora LEAL, 2019.

MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

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