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15. Há exercícios ou técnicas que possam acelerar o desenvolvimento da mediunidade?

Todo médium é um ser que, previamente, traz consigo o gérmen das medianimidades que irá desenvolver no decorrer da sua caminhada. Dessa forma, não existindo este princípio latente, de nada adianta tentar desenvolver – a qualquer custo – a psicografia, psicofonia e quaisquer outras medianimidades.

Kardec com expressão séria, em um fundo monocromático.
Há exercícios ou técnicas que possam acelerar o desenvolvimento da mediunidade?

Frequentemente repetimos por aqui, assim como encontramos essa mesma informação sendo ventilada por diversos autores espirituais, que a mediunidade é uma faculdade natural, e sendo natural, o aflorar mediúnico deve obedecer ao seu próprio ritmo. Porém, muitos companheiros se perdem em sua jornada espiritualista, impondo a si mesmo, seja por curiosidade ou vaidade, fanatismo ou fascinação, ritualísticas para o aceleramento do aflorar mediúnico.


Não é raro encontrarmos na internet, em uma simples pesquisa de como desenvolver a mediunidade, técnicas infalíveis para a abertura do terceiro olho, bem como a indicação de frequências sonoras que proporcionam o desdobramento consciente do perispírito e outras práticas e sugestões enfadonhas, que além de bizarras e pueris, também são perigosas.


Há quem defenda e até mesmo incentive práticas para o aceleramento da ostensividade mediúnica baseadas no consumo ou proibição de certos alimentos e temperos, onde uns facilitariam o desenvolvimento da mediunidade, enquanto outros retardariam esse processo. Nessa mesma linha encontraremos um número variado de cursos e workshops – em múltiplas modalidades – voltados para esse mesmo fim, tendo como princípio a repetição de mantras e músicas em 432 Hz, o uso de determinados adereços na testa (cristais e similares), além da prática de uma meditação específica realizada diariamente por 90 minutos (seguindo essa receita à risca, segundo esses mesmos instrutores, após 18 meses os resultados começam sutilmente a serem percebidos).


Conforme a explicação (sem embasamento científico) desses coaches espirituais, essas técnicas fazem reverberar o líquido presente em torno da glândula pineal (antena espiritual responsável pela mediação entre os dois planos), alterando seu metabolismo, facultando assim, a criação de cristais de apatita e consequentemente, aflorando a mediunidade.


Atualmente há estudos sérios sendo realizados a este respeito, mas que até o momento nada comprovam sobre a eficácia destas técnicas, músicas, alimentos ou quaisquer outros recursos que não sejam o da própria naturalidade.



RECEITA UNIVERSAL E INFALÍVEL PARA FORMAR MÉDIUNS


Em O Livro dos Médiuns, Kardec já nos advertia a esse respeito:


“Em princípio, é preciso ficar contente com aquilo que Deus nos deu, sem procurar o impossível. Querendo ter demais, arrisca-se a tudo perder.”


Ainda na referida obra, Kardec complementa:


“Igualmente se enganaria aquele que acreditasse achar nesta obra uma receita universal e infalível para formar médiuns. Ainda que cada um encontre em si o germe das qualidades necessárias para tornar-se um deles, essas qualidades existem em graus muito diferentes e seu desenvolvimento tem causas que não dependem de ninguém fazer nascer à sua vontade.


Com base nos princípios formulados por Allan Kardec, de nada adianta o homem tentar estimular e desenvolver algo que, primeiro, pode não existir, segundo, se existindo, qual seria o propósito de tentar burlar as leis da natureza para fazer aflorar algo que deve seguir o seu curso natural? Como bem disse o insigne mestre Lionês, o despertar da mediunidade é algo que está para além das nossas interferências.


Portanto, tendo Kardec como prisma, é prudente deixar as faculdades medianímicas aflorarem naturalmente, em seu tempo certo, sem tentar impedi-las ou apressá-las, confiando que o Criador – a quem tudo prevê e provê – sabe o momento certo que este aflorar mediúnico deve ocorrer.



QUAL ERA A MEDIUNIDADE DE KARDEC?


Em verdade, conforme destaca Hermínio C. Miranda na obra Diversidade dos Carismas, “se a faculdade não está programada para você, não adianta forçá-la. Busque outra tarefa na qual você poderá sair-se até muito bem, como por exemplo a do passe magnético ou a do trabalho social. [...] Afinal de contas, a mediunidade é apenas um dos muitos caminhos para a evolução.”


Em vista dos fatos mencionados, os indivíduos que desejam desenvolver a mediunidade, mas que não possuem o gérmen do mediunismo ou apresentam apenas manifestações fragmentárias, não devem esmorecer, ficando cabisbaixas, pois, o campo de trabalho na seara de Jesus é bastante vasto, sendo cada pessoa peça de elevado valor diante desse labor divino. Vale destacar que os médiuns de apoio, os passistas e os dialogadores exercem atividades – na presente encarnação – que colaboram no desenvolvimento e no desabrochar de faculdades adormecidas, permitindo ao sujeito, em uma vida futura, ser usufrutuário de uma mediunidade ostensiva.


Como reflexão a respeito deste tópico, lembremo-nos da figura de Allan Kardec, homem e Espírito nobre, que viveu sem manifestar nenhuma faculdade mediúnica de forma ostensiva, mas que nos deixou um legado de luz e esperança. Em contraponto, vários de seus contemporâneos apresentavam grandes capacidades medianímicas, porém, usando-as indiscriminadamente para o mal, vendendo seus serviços (comércio da fé), além de apresentarem uma moralidade duvidosa e infeliz.



 


Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima.

Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 15: Há exercícios ou técnicas que possam acelerar o desenvolvimento da mediunidade?

Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.



 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.

MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

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