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53. O Espiritismo acredita no diabo e nos demônios?

Conforme destacado em O Livro dos Espíritos, a partir da questão nº 100, os seres conhecidos como anjos são Espíritos que, após percorrerem uma vasta escala evolutiva, alcançaram a pureza e a perfeição. Dessa forma, compreendemos que há uma escala de infinitos matizes entre o átomo e o arcanjo, contemplando assim, entidades de todas as ordens, classes, categorias, sentimentos e pensamentos variados. (vide questão 49)

Imagem colorida e de alta resolução de Allan Kardec, com um fundo escuro semelhante a uma lousa escolar. A imagem destaca o retrato de Kardec em um estilo detalhado e nítido.
O Espiritismo acredita no diabo e nos demônios?

Portanto, o diabo, assim como os demônios, não são seres criados a parte, mas, as almas dos próprios homens que ainda se comprazem na maldade, na ira, em manipular o próximo, causando discórdia, guerras, etc. Ou seja, são Espíritos que ainda não atingiram a perfeição, encontrando-se nos primeiros degraus da sua senda evolutiva.


Allan Kardec, na obra O Céu e o Inferno, discorre sobre esse assunto ao escrever:


Há Espíritos, por conseguinte, em todos os graus de saber e de ignorância, de bondade e de maldade. Nas posições inferiores, há os que estão ainda profundamente inclinados ao mal, e nele se comprazem. Pode-se chamá-los demônios, se se quiser, pois são capazes de todas as maldades atribuídas a estes últimos. Se o Espiritismo não lhes dá esse nome, é que se vincula a ele a ideia de seres distintos da humanidade, de uma natureza essencialmente perversa, devotados ao mal por toda a eternidade e incapazes de progredir no bem.


Ainda na referida obra, o filho de Lyon compara a visão da igreja com a do Espiritismo sobre os seres conhecidos como demônios:


Segundo a doutrina da Igreja, os demônios foram criados bons, e tornaram-se maus por sua desobediência: são anjos caídos; foram colocados por Deus no alto da escala, e desceram. Segundo o Espiritismo, são Espíritos imperfeitos, mas que se aperfeiçoarão; ainda estão na parte inferior da escala, e subirão.


Para melhor compreensão, meditemos no ensino dos Espíritos, extraídos da questão 131 de O Livro dos Espíritos:


– Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra?


Resposta dos Espíritos: Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas, porventura, Deus seria justo e bom se houvera criado seres destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados? Se há demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitas e em outros semelhantes. São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo, e que julgam agradá-lo por meio das abominações que praticam em seu nome.



ORIGEM DO TERMO "DEMÔNIO" Para concluirmos, após a resposta dada pelos Espíritos na pergunta acima, Kardec acrescenta que a palavra demônio não implica a ideia de Espírito mau, senão na sua acepção moderna, porquanto o termo grego daímōn, donde ela derivou, significa gênio, inteligência e se aplicava aos seres incorpóreos, bons ou maus, indistintamente.


Por demônios, acrescenta o codificador, segundo a acepção vulgar da palavra, se entendem seres essencialmente malfazejos. Como todas as coisas, eles teriam sido criados por Deus. Ora, Deus, que é soberanamente justo e bom, não pode ter criado seres prepostos, por sua natureza, ao mal e condenados por toda a eternidade. Se não fossem obra de Deus, existiriam, como ele, desde toda a eternidade, ou então haveria muitas potências soberanas. [...]



REPRESENTAÇÃO ALEGÓRICA DO MAL


Dando continuidade, Kardec destaca que o termo demônios refere-se aos Espíritos impuros, cuja condição frequentemente não é superior à das entidades comumente chamadas por esse nome. No entanto, há uma distinção importante: o estado desses Espíritos é temporário. São seres imperfeitos que se revoltam contra as provas que lhes são destinadas, prolongando assim seu sofrimento. Contudo, quando decidirem, também poderão superar essa condição.


Por fim, Kardec reitera que não existem seres criados exclusivamente para o mal, tal como a ideia que temos da figura de Satanás. Segundo o codificador, o termo Satanás é, na verdade, uma representação alegórica do mal, pois não se pode conceber a existência de um ser maligno que pudesse competir com a Divindade e cujo único objetivo fosse opor-se aos seus desígnios.



 


Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima.

Capítulo 5: Mentores Espirituais

Pergunta 53: O Espiritismo acredita no diabo e nos demônios?

Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.



 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014.

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo. Tradução de Manuel Quintão. FEB Editora, 2018.

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