A palavra médium tem sua origem do latim medium e significa meio, centro, intermediário.
![Kardec com expressão séria em um fundo monocromático](https://static.wixstatic.com/media/25b0c6_873a9bb86fac4aadb2146c3f892f9b8e~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_757,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/25b0c6_873a9bb86fac4aadb2146c3f892f9b8e~mv2.jpg)
Em O Livro dos Médiuns, Allan Kardec utiliza-se deste neologismo (emprego de palavras novas) para definir como médium:
– Todo aquele que sente num grau qualquer a influência dos Espíritos; – Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens.
Através da inspiração, pela sugestão de pensamentos, todo homem sente em um determinado grau a influência dos Espíritos, sendo raros os que não possuem essa sensibilidade. Mesmo que não perceba, o homem acaba sendo influenciado em seus pensamentos pela ação dos Espíritos, sejam eles bons ou não; portanto, todos somos médiuns em um determinado grau.
Kardec nos deixa a prova disso em O Livro dos Espíritos ao perguntar na questão 459 da referida obra:
Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
Eis a resposta dos Espíritos:
– Mais do que imaginais, pois com bastante frequência são eles que vos dirigem.
Na Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos – fevereiro de 1859, o codificador da doutrina espírita delimita o uso da palavra médium ao dizer: “o vocábulo tem uma acepção mais restrita e geralmente se diz médium as pessoas dotadas de um poder mediatriz muito grande, tanto para produzir efeitos físicos como para transmitir o pensamento dos Espíritos pela escrita ou pela palavra."
Sabendo que a mediunidade é – uma faculdade extrassensorial – inerente ao homem, não constituindo, portanto, um privilégio exclusivo, Kardec passou a chamar de médium somente aqueles em quem essa faculdade se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes (claros e visíveis), de certa intensidade; conhecida como mediunidade ostensiva.
MÉDIUM x SENSITIVO
Em Segurança Mediúnica, o Espírito Miramez – através da psicografia de João Nunes Maia – nos diz que a “mediunidade é um estado natural da criatura, um dom, um fruto maduro. O sensitivo é um fruto verde a caminho da maturidade.”
Sendo assim, damos o nome de sensitivo a todo aquele que genericamente registra a influência dos Espíritos; e de médium (propriamente dito) ao portador dessa faculdade ostensiva. Os médiuns de diversas modalidades, tais como os escreventes, falantes e videntes, são exemplos de médiuns ostensivos.
De acordo com o autor e pesquisador espírita Hermínio C. Miranda, em Diversidade dos Carismas, “o médium é aquele que consegue vencer o obstáculo natural dos condicionamentos orgânicos e das limitações dos sentidos comuns para perceber ou exteriorizar fenômenos que passariam despercebidos à maioria das pessoas”.
Logo, o médium é o instrumento pelo qual os Espíritos se comunicam. Dotado de certa aptidão, o medianeiro é capaz de perceber, captar, registrar e retransmitir pensamentos extracorpóreos.
CUIDADOS BÁSICOS DIANTE DA MEDIUNIDADE
Cuidados básicos que o medianeiro precisa ter perante a sua faculdade:
Seriedade; equilíbrio mental; vida mental ativa (leituras edificantes, meditação); comportamento mental saudável; sentimentos de solidariedade e compaixão para com todos.
SIMILARIDADE VIBRATÓRIA
O mundo físico, como muitos teóricos costumam mencionar, é uma cópia imperfeita do mundo espiritual. Já o mundo dos Espíritos é o nosso verdadeiro lar, de onde tudo se origina e para onde retornamos ao cerrar dos olhos.
Como a própria literatura espírita nos traz, tanto o mundo físico como o espiritual são partes de uma única realidade que se apresenta sob dois aspectos. Em outras palavras, o mundo físico é originário do mundo espiritual, no qual condensa-se (se assim podemos chamar), permitindo-nos a morada. Dessa forma, ambos os planos – espiritual e físico – possuem vibrações semelhantes (não são idênticas), exercendo influência direta um sob o outro.
Essa similaridade vibratória entre ambos os planos, aliado a predisposição orgânica do medianeiro, são fatores que contribuem para o intercâmbio entre os dois lados da vida.
Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima.
Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 03: O que é médium? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014.
KARDEC, Allan. Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos – fevereiro de 1859. Tradução de Julio Abreu Filho. Edicel Editora; 4ª edição, março de 2020.
MAIA, João Nunes (psicografia). Segurança Mediúnica. Miramez (espírito). Fonte Viva, 2ª edição, março de 2015.
MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.
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