top of page

12. Quais são as variações e categorias da psicografia e o que ela significa?

O vocábulo psicografia – conforme destaca Kardec em Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas – tem sua origem na língua grega, sendo formado pela união dos vocábulos psykhê, que remete a alma ou borboleta, e graphô, que significa eu escrevo.

Imagem colorida e de alta resolução de Allan Kardec, com um fundo escuro semelhante a uma lousa escolar. A imagem destaca o retrato de Kardec em um estilo detalhado e nítido.
Quais são as variações e categorias da psicografia e o que ela significa?

Em linhas gerais, a psicografia é a transmissão do pensamento do Espírito por meio da escrita manual do médium.



TIPOS DE PSICOGRAFIA


Em O Livro dos Médiuns, Kardec ressalta que a psicografia é uma medianimidade pertencente à categoria dos efeitos inteligentes, possuindo algumas especificidades, tais como:

PSICOGRAFIA MECÂNICA

Nesta variação, a mão do médium recebe um impulso involuntário e este não têm nenhuma consciência do que escreve. Especificidade muito rara de se encontrar.

PSICOGRAFIA SEMIMECÂNICA

Nesta especificidade, a mão do médium também trabalha involuntariamente, mas este tem consciência instantânea das palavras e das frases à medida que escreve. Esses são os mais comuns.

PSICOGRAFIA INTUITIVA

É aquela a quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento e cuja mão é guiada pela vontade do próprio médium. Diferem dos médiuns inspirados, no que estes não têm necessidade de escrever, enquanto que o médium intuitivo escreve o pensamento que lhe é sugerido instantaneamente sobre um assunto determinado e provocado. São muito comuns, mas também sujeitos a erros, porque não podem discernir o que vem dos Espíritos e o que vem de sua própria cabeça.

PSICOGRAFIA POR MEIO DE UM MÉDIUM POLÍGRAFO

Nesta especificidade, a escrita muda de acordo com o Espírito que se comunica (muito comum), ou reproduz a escrita que o Espírito tinha em vida (mais raro).

PSICOGRAFIA POR MEIO DE MÉDIUM POLIGLOTA

Também conhecida como xenoglassia, essa medianimidade tanto se aplica na psicofonia como na psicografia. Nesta especificidade o médium possui a faculdade de falar ou escrever em idiomas que lhes são estranhos. Muito rara.

PSICOGRAFIA POR MEIO DE UM MÉDIUM ILETRADO

Essa modalidade é marcada pela capacidade de escrita durante o transe, em que o médium se torna capaz de escrever, apesar de não possuir essa habilidade em seu estado de vigília.



PSICOGRAFIA POR HERMÍNIO C. MIRANDA


Em Diversidade dos Carismas, o autor Hermínio C. Miranda, ao tratar da temática envolvendo a psicografia, destaca:


“A psicografia é a faculdade através da qual espíritos encarnados e desencarnados se manifestam por escrito. Deve ser considerada como fenômeno mediúnico quando o manifestante é um espírito desencarnado. É uma faculdade anímica quando se manifesta o próprio espírito do sensitivo encarnado que, em tais casos, pode perfeitamente revelar um conhecimento acima do seu nível habitual, como ser encarnado. Uma terceira categoria de manifestação psicográfica, como vimos, é aquela na qual se manifestam espíritos encarnados através de sensitivos também encarnados.”


Sendo assim, Hermínio de Miranda assegura que existem três tipos de categorias na qual a psicografia pode se manifestar:


Psicografia Mediúnica: Quando a escrita ocorre ao influxo de um Espírito desencarnado.


Psicografia Anímica: Também conhecida como escrita automática. Nessa modalidade é a própria alma do médium – em desdobramento – que se comunica. Em outros termos, é a alma do médium que se comunica por ele mesmo, sem que este tenha consciência deliberada sobre o ocorrido.


Psicografia de encarnado para encarnado: Quando um encarnado, em estado de desdobramento, comunica-se através de um médium, também encarnado. Kardec já havia levantado essa hipótese, observando que alguns Espíritos que se comunicavam com ele, seja por meio da psicografia ou psicofonia, possivelmente estariam encarnados. Essa hipótese foi confirmada a posteriori pelos Espíritos benfeitores que lhe auxiliavam.


Nessa modalidade de psicografia (entre encarnados), o autor Hermínio de Miranda, na obra acima mencionada, adverte:

“É preciso observar, ainda, que nem sempre a comunicação psicográfica de características mediúnicas provém de um espírito desencarnado. Já Kardec nos alertava para esse aspecto, ao informar que o espírito encarnado também pode comunicar-se através de um médium, como se desencarnado estivesse, pois não deixa de ser espírito somente porque está preso a um corpo material.



O ESPÍRITO TOMA A MÃO DO MÉDIUM PARA ESCREVER?


Os mecanismos que envolvem as comunicações mediúnicas voltadas para a psicofonia e a psicografia, por exemplo, são bem mais complexos do que os apresentados pelo imaginário popular. Em partes, conforme nos elucidam os instrutores espirituais por meio da vasta literatura espiritista, há sim algum sentido quando alguém diz que na psicografia o Espírito opera diretamente sobre a mão do médium; já na psicofonia, a entidade passa a atuar sobre o aparelho fonador. Porém, esses mecanismos são bem mais profundos.


A este respeito, Hermínio de Miranda, na obra acima exposta, destaca:


“Não é a entidade comunicante que toma literalmente a mão do médium, como alguém que ajuda uma criança a escrever guiando sua mãozinha sobre o papel. A entidade atua com o seu pensamento através dos canais condutores que levam o impulso da sua vontade ao cérebro do médium, a fim de ativar o centro próprio que comanda os movimentos do braço e da mão.”


Quanto à psicofonia, o mecanismo é o mesmo, ocorrendo de maneira idêntica, conforme nos elucida Hermínio de Miranda. Concluindo seu pensamento, ainda na supracitada obra, arremata com sapiência o referido autor:


“O certo, porém, é que o espírito comunicante não vai diretamente aos órgãos que 'materializam' a comunicação, mas aos centros que comandam esses órgãos; mesmo assim, não vai a esses centros diretamente, mas sempre por intermédio dos canais condutores.”



ESCRITA AUTOMÁTICA x ESCRITA DIRETA


Não podemos confundir a escrita automática (psicografia anímica) com a escrita direta (pneumatografia). A pneumatografia é pertencente aos efeitos físicos, já a psicografia pertence a categoria dos efeitos inteligentes.

Na escrita direta (pneumatografia), não há interferência ou colaboração por parte de médiuns encarnados. São os próprios Espíritos que produzem a matéria e os instrumentos de que precisam, fazendo imprimir em uma folha, parede ou qualquer superfície, uma mensagem, seja via texto ou imagem.


Em O Livro dos Médiuns (cap. VIII, item 127), a respeito da pneumatografia, escreve Kardec:


"A escrita direta, ou pneumatografia, é a que se produz espontaneamente, sem a ajuda, nem da mão do médium, nem do lápis. Basta tomar-se de uma folha de papel branco — o que se pode fazer com todas as precauções necessárias, para se ter a certeza da ausência de qualquer fraude —, dobrá-la e depositá-la em qualquer parte, numa gaveta ou simplesmente sobre um móvel. Feito isso, se a pessoa estiver nas devidas condições, ao fim de mais ou menos longo tempo se encontrarão traçados no papel, letras, sinais diversos, palavras, frases e até dissertações, as mais das vezes com uma substância acinzentada, igual a grafite, doutras vezes com lápis vermelho, tinta comum e até tinta de imprimir."


Ainda na referida obra (capítulo XII, item 148), Kardec volta a escrever sobre a pneumatografia:


"Para escrever dessa maneira, o Espírito não se serve das nossas substâncias, nem dos nossos instrumentos. Ele próprio fabrica a matéria e os instrumentos de que precisa, tirando os materiais necessários para isso do elemento primitivo universal que, pela ação da sua vontade, sofre as modificações necessárias à produção do efeito desejado. Portanto, é possível para ele fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou até caracteres tipográficos bastante resistentes para darem relevo à escrita, conforme temos tido ensejo de verificar."


Geralmente as mensagens obtidas por meio da pneumatografia são bastante curtas, algumas palavras chegam a ser inteligíveis.


Segundo nos informa Allan Kardec (no cap. XII, item 148 de O Livro dos Médiuns), a principal utilidade da escrita direta (pneumatografia) é “a comprovação material de um fato sério: a intervenção de um poder oculto que, nesse fenômeno, tem mais um meio de se manifestar."



 


Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima.

Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo

Pergunta 12: Quais são as variações e categorias da psicografia e o que ela significa?

Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.



 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


KARDEC, Allan. Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas. Pensamento, 1995.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.

MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

© 2023 Mediunidade com Kardec. Todos os direitos reservados.
Criado por Ganesha Soluções Digitais | mediunidadecomkardec@gmail.com
Voltar ao topo
bottom of page