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50. Quem é o meu mentor espiritual? Como posso descobrir sua identidade?

Deus, em sua infinita sabedoria, estendeu um véu sobre os homens, impedindo-lhes o acesso às suas existências pretéritas, assim como o conhecimento direto de quem sejam seus anjos guardiões. Todavia, de acordo com a necessidade e a compreensão da espiritualidade superior, é permitido ao médium – muito raramente – uma percepção rasa ou incompleta de suas vidas pregressas, bem como a apresentação direta de seu mentor espiritual.

Imagem colorida e de alta resolução de Allan Kardec, com um fundo escuro semelhante a uma lousa escolar. A imagem destaca o retrato de Kardec em um estilo detalhado e nítido.
Quem é o meu mentor espiritual? Como posso descobrir sua identidade?

Dito isto, não podemos deixar de advertir, pelo bem dos próprios médiuns, que tenham sempre prudência a esse respeito. Em nome da vaidade e da satisfação do ego, muitos se perdem em sua caminhada espiritual, procurando conhecer demasiadamente quem são os seus guias e mentores, querendo que estes se apresentem para, enfim, descobrirem se possuem nomes respeitáveis sobre a Terra ou se são entidades altamente evoluídas, etc.


A este respeito, em Diversidade dos Carismas, o autor espírita Hermínio de Miranda destaca que os guias experimentados não costumam realmente identificar-se. Se foram personalidades importantes na Terra, os médiuns poderiam ficar intoleravelmente vaidosos. Se, por outro lado, tenham sido pessoas obscuras, o médium pode ficar decepcionado.


Dando continuidade ao seu ponto de vista referente aos guias espirituais, ainda na referida obra, Hermínio de Miranda nos esclarece ao dizer que os guias espirituais raramente se identificam com algum nome conhecido do passado. Optam pelo anonimato e preferem ser avaliados pelo trabalho que realizam, pelas ideias que transmitem, pelos ensinamentos que ministram. Costumam ser simples, tranquilos, profundamente humanos e compreensivos. Enérgicos, quando necessário, mas nunca são autoritários.



O QUE DIZ KARDEC? Em O Livro dos Espíritos, questão 501, Kardec aborda este tema ao perguntar:


– Por que a ação dos Espíritos em nossa vida é oculta, e por que, quando eles nos protegem, não o fazem de maneira ostensiva?


Resposta dos Espíritos:


“Se contásseis com o seu apoio, não agiríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. Para que ele possa adiantar-se, necessita de experiência e em geral é preciso que adquira à sua custa; é necessário que exercite as suas forças, sem o que seria como uma criança a quem não deixam andar sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre regulada de maneira a vos deixar o livre-arbítrio, porque se não tivésseis responsabilidade não vos adiantaríeis na senda que vos deve conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem se entrega às suas próprias forças; não obstante, o seu guia vela por ele e de quando em quando o adverte do perigo.”


De modo direto, ainda na referida obra, Kardec passa a indagar:


504 – Podemos sempre saber o nome do nosso Espírito protetor ou anjo da guarda?

R: “Como quereis saber nomes que não existem para vós? Acreditais, então, que só existem os Espíritos que conheceis?”


504 – a) Como então o invocar, se não o conhecemos?

R: “Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito superior pelo qual tendes simpatia e veneração; vosso espírito protetor atenderá a esse apelo, porque todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem mutuamente.”



O CRISTO COMO GUIA DE TODOS NÓS


O instrutor espiritual Miramez, através do livro Médiuns, pela psicografia de João Nunes Maia, ilumina nossa mente ao dissertar que a primeira preocupação dos candidatos ao desenvolvimento mediúnico é saber quem são os seus guias.


Na sequência, o benfeitor espiritual nos recomenda que não concentremos demasiada atenção na busca incessante pela identidade de nosso protetor espiritual. Ao invés disso, devemos relembrar a passagem onde Jesus afirma ser o caminho, a verdade e a vida, e que ninguém vai ao Pai senão por ele (João 14:6). Desse modo, considerando o Cristo como nosso guia principal, os outros Espíritos se manifestarão de forma natural, sem que precisemos insistir as vossas presenças.


Ainda na referida obra, arremata Miramez:


"Não vamos tirar de todo o direito, e esse não é o nosso propósito, do médium interessar-se pela personalidade espiritual que o dirige ou acompanha. O que o bom senso reclama é não tornar isso um fanatismo.


Portanto, não é necessário para o médium saber o nome ou quem é o seu mentor espiritual. Caso isso seja oportuno – útil e proveitoso –, tal situação ocorrerá de maneira natural, espontânea, pois a própria espiritualidade sabe quando deve ou não se manifestar.


De outro modo, o médium invigilante, insistindo no desejo pueril de descobrir insistentemente o nome do seu protetor espiritual, acaba por ser vítima da sua própria vaidade e ambição, abrindo precedentes para o fanatismo, a mistificação, a fascinação e, em alguns casos, a possessão.




ANÁLISE DAS MENSAGENS DOS GUIAS ESPIRITUAIS



 


Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima.

Capítulo 5: Mentores Espirituais

Pergunta 50: Quem é o meu mentor espiritual? Como posso descobrir sua identidade?

Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.



 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014.

MAIA, João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 2017.

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